Números do Instituto de Pesquisas Espaciais revela que o desmatamento na Amazônia caiu 61% no primeiro mês do governo Lula. Taxa de desmate para janeiro é a 4ª menor para o mês na série histórica. Especialistas explicam: "Garimpeiros, madeireiros e pecuaristas sabiam que tinham carta branca de Bolsonaro para 'passar a boiada'. Embora o atual governo ainda não tenha tido tempo de implantar sua política ambiental, apenas a mudança de gestão já afugentou muitos desmatadores. Além disso, foi pedagógica a ação enérgica do governo para salvar os Yanomamis"
Os números de desmatamento na Amazônia para o mês de janeiro divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (10) são animadores e recolocam o Brasil na busca pela recuperação do respeito internacional.
De acordo com os dados, foram derrubados 167 quilômetros quadrados de área na Amazônia neste mês de janeiro. O total, contudo, indica uma queda de 61% no desmatamento em comparação com o mesmo mês no ano passado. É a quarta menor taxa da série histórica.
Ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o índice chegou a 430,44 quilômetros quadrados em janeiro de 2022. Um aumento de 165% em relação à média de desmatamento no bioma, de 162 quilômetros quadrados, dos últimos seis anos.
Para a organização ambiental WWF, a queda neste primeiro mês de 2023 pode ser reflexo da retomada da pauta da defesa ambiental. Sob o governo Lula, o Ministério do Meio Ambiente voltou ao comando de Marina Silva (Rede), 15 anos depois de sua passagem pela pasta.
Durante a campanha eleitoral e após a posse, o novo presidente reforçou a promessa de agir para zerar o desmatamento, reduzir as emissões de gases do efeito estufa e remontar ações de fiscalização e repressão aos crimes ambientais.
No último mês, o Ministério da Justiça prorrogou para até o dia 12 de julho de 2023 o uso de agentes da Força Nacional de Segurança Pública em toda a Amazônia Legal. O bioma corresponde a 59% do território brasileiro e engloba o Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. Desde seu primeiro mês, o governo Lula também realiza operações contra o desmatamento e o garimpo ilegal, como na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
“Garimpeiros, madeireiros e pecuaristas sabiam que tinham carta branca de Bolsonaro para ‘passar a boiada’. Embora o atual governo ainda não tenha tido tempo de implantar sua política ambiental, apenas a mudança de gestão já afugentou muitos desmatadores. Além disso, foi pedagógica a ação enérgica do governo para salvar os Yanomamis”, disse ao Pragmatismo um funcionário de carreira da Funai.
As ações do atual governo na pauta ambiental vêm ajudando na reconstrução da imagem do Brasil no exterior. Para esta sexta (10), por exemplo, é esperado o anúncio da participação dos Estados Unidos no esforço do país para lidar com os desmatamentos nas florestas. De acordo com informações do correspondente internacional Jamil Chade, a previsão é que o aporte de recursos seja confirmado durante reunião de Lula com o presidente dos EUA Joe Biden, na Casa Branca. A ideia é que eles sejam canalizados por meio do Fundo Amazônia.