Alimentadas com restos de comida humana durante a gestão Bolsonaro, emas da Presidência morrem com quadro de excesso de gordura visceral. Relatório do Ibama mostra que animais foram mantidos em instalações inadequadas no governo passado. Técnicos dizem que cuidados básicos dos bichos não foram feitos, como vacinação e segurança para reprodução; por esta razão, muitos perderam seus filhotes
Duas emas da Presidência da República morreram neste mês com excesso de gordura. O novo governo apontou que os animais foram alimentados com restos de comida humana na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Documentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Casa Civil mostram que os animais não tiveram acompanhamento veterinário e ficaram em instalações inadequadas no governo Bolsonaro.
Neste ano, após a posse do presidente Lula, alguns animais foram encaminhados ao Zoológico de Brasília, acompanhados pelo Ibama, para ficarem em ambientes corretos e evitar novas mortes. O governo Bolsonaro deu apenas um terço do orçamento necessário para a manutenção dos animais.
As duas emas morreram em janeiro e a autópsia preliminar identificou excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado dos animais, por serem alimentados com restos de comida humana misturada com rações. O laudo final, porém, sairá em até três semanas.
De acordo com técnicos que acompanharam tanto o processo de avaliação quanto a autópsia dos animais, a morte súbita “fecha com o quadro” de doenças cardíacas e hepáticas, “desencadeadas provavelmente pelo mau manejo alimentar durante os últimos anos”.
Ainda de acordo com o relatório do Ibama, as aves não foram vacinadas contra a doença de Newcastle, que já registrou surto em São Paulo, e que é preciso realizar uma “adequação nas instalações”.
Segundo técnicos que avaliaram os locais, os problemas das instalações inviabilizavam cuidados básicos dos bichos, como vacinação, e até na segurança para reprodução. Muitos dos animais perderam seus filhotes por falta de ambiente adequado.
Atualmente, há 17 emas na Granja do Torto e 38 no Palácio da Alvorada. O governo Lula diz estar monitorando o animais e avaliando medidas para evitar novas mortes.
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