Redação Pragmatismo
Internet 07/Fev/2023 às 08:00 COMENTÁRIOS
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Por que o Brasil é tão lento em criar um ambiente cibernético seguro?

Publicado em 07 Fev, 2023 às 08h00

Os crimes virtuais que não existiam há algumas décadas hoje fazem parte do dia a dia de todos os “internautas” tanto ao redor do Brasil como em todo o mundo e muitas pessoas não sabem lidar com isso

Por que Brasil lento criar ambiente cibernético seguro
Imagem: brunsker

Não é nenhum segredo que a internet revolucionou a forma como as pessoas vivem em sociedade. Encomendar um remédio da farmácia através de um aplicativo é possível. Da mesma forma, aprender uma receita nova em poucos minutos. Reservar um voo, agendar uma massagem num hotel do outro lado do mundo e entrar numa videochamada com dezenas de colegas de trabalho são coisas que passaram a ser parte do dia a dia das pessoas.

Com tantos pontos positivos, afinal de contas, a internet fez com que o mundo todo estivesse literalmente mais conectado, há algumas falhas que devem ser igualmente pensadas. A cibersegurança é um dos tópicos que mais tem se comentado atualmente, dada a importância do conceito para as pessoas que usam a internet.

Hoje em dia, já se diz que há mais riscos de crimes na internet do que na rua, dada a proporção que os crimes virtuais tomaram. Por isso, por mais que este tópico pareça ainda não ter a devida importância no Brasil, já que o país tem números altíssimos de crimes nesse sentido, é preciso que as pessoas comecem a pensar cada vez mais rápido em cibersegurança.

Dicas importantes de cibersegurança

↗ Usar uma VPN: uma VPN, sigla para Virtual Private Network, de forma resumida nada mais é do que um aplicativo ou software que permite que o usuário estabeleça ligações mais seguras. Além disso, uma VPN pode ter muitas outras funcionalidades que podem ser mais ou menos necessárias a cada usuário, no entanto, instalar o aplicativo da VPN pode ser um bom começo para que a navegação na internet se torne mais protegida.

↗ Escolher senhas seguras e trocá-las periodicamente: muita gente não se preocupa com as senhas dos serviços online que usa, inclusive caindo no erro de usar a mesma senha para todos os serviços. Essa prática precisa ser modificada, e o nível de segurança das senhas pode ser a primeira barreira para impedir ataques hackers e vazamento de dados.

↗ Não clicar em links duvidosos: a velha premissa de “não aceitar doces de estranhos” pode-se aplicar à internet: é importante que as pessoas não saiam clicando em tudo o que aparece, sobretudo links estranhos que chegam por email ou mensagens no WhatsApp. Em alguns casos, estes links podem conter virus ou mesmo rastreadores que podem causar dor de cabeça a longo prazo.

↗ Evitar compartilhar informações demasiado pessoais nas redes sociais: muitas pessoas acabam mesclando informações pessoais às senhas ou perguntas de segurança de alguns sites, e isso é um erro já que estas informações podem ser facilmente encontradas. Imagine que a sua pergunta de segurança numa plataforma é “Quem é o seu melhor amigo de infância?”, será que esta pergunta pode ser facilmente respondida com uma ida ao seu Instagram?

↗ Usar um bom antivírus: os antivírus são barreiras adicionais que podem ajudar a proteger os dispositivos de “armadilhas” online. Isso porque estes programas identificam falhas e podem corrigir problemas antes que eles se alastrem por todo o sistema, por exemplo.

↗ Não se inscrever em sites duvidosos: há muitos sites disponíveis hoje em dia, mas nem todos são confiáveis, por isso, é preciso que o usuário tenha bom senso. Na dúvida, procure o nome do site ou da plataforma no Google e veja os comentários sobre ele.

↗ Utilizar o fator de autenticação em duas etapas: este fator de autenticação está atualmente disponível em muitos aplicativos e sites, e é mais uma medida adicional de segurança. Ou seja, além da senha, este fator pode associar outra coisa para garantir que os usuários estão protegidos, como um código adicional enviado por SMS ou por e-mail, por exemplo.

Por que os crimes virtuais aumentaram tanto?

Quanto mais as pessoas se arriscam, mais sujeitas estão a que alguma coisa aconteça. Se uma pessoa não sai às ruas, por exemplo, a chance de ser assaltada pode ser menor do que se saísse, já que em casa supostamente os perigos são menores. O mesmo acontece na Internet.

Nos últimos anos o número de usuários só aumentou, e o que antes era “coisa de filme” hoje já é a realidade, mesmo assim, as políticas de conscientização sobre crimes virtuais no Brasil parecem não ter se desenvolvido da mesma forma, o que faz com que o país não seja rápido na tentativa de criar um ambiente virtual mais seguro.

O mercado dos jogos, por exemplo, está francamente em alta, o que indica que a cada dia mais pessoas fazem uso desse recurso de entretenimento que, na maioria das vezes, envolve ao menos um procedimento online — nem que seja o registro da conta dos jogadores.

Além disso, mesmo atividades do dia a dia, como pagar contas, que há algumas décadas eram atividades realizas essencialmente presencialmente, hoje se tornaram quase 100% realizadas através da internet.

É inquestionável que toda essa tecnologia tenha trazido inúmeros benefícios para as pessoas, mas como há sempre um porém, há coisas ruins que também surgiram graças a essa expansão da internet sem conscientização sobre os riscos. Ou seja, os crimes virtuais que não existiam há algumas décadas hoje fazem parte do dia a dia de todos os “internautas” tanto ao redor do Brasil como em todo o mundo e muitas pessoas não sabem lidar com isso.

O que esperar do futuro da internet no Brasil?

Então, o segredo é trancarmos todos os dispositivos eletrônicos em caixas e regressarmos à vida no campo? A resposta é “não”. Sem dúvida, os benefícios que a internet já oferece e ainda pode oferecer nos próximos anos são enormes.

Com a expansão cada vez maior de tecnologias como a realidade aumentada e a inteligência artificial, muitos recursos podem surgir para facilitar ainda mais a vida das pessoas, nas áreas mais variadas possíveis.

No ramo da saúde, por exemplo, é difícil imaginar o dia a dia de médicos e enfermeiras sem que pudessem contar com um sistema integrado para avaliação de pacientes, compartilhamento de exames e ajuda da tecnologia — que ainda promete se desenvolver mais — para interpretar algumas coisas. A internet não é e não será a vilã, ao contrário, a falta de instrução e de conhecimento sobre o tema cibersegurança é que são.

Para finalizar: segurança é a chave

Os problemas de segurança online existem, e não vão desaparecer de forma milagrosa. Além de contar com alguns softwares que podem ajudar a proteger os usuários, o fundamental é que as pessoas dimensionem que as “boas práticas” na internet são fundamentais para que corram menos riscos. Quanto mais se falar em cibersegurança, mais próximas as pessoas estarão de conseguir uma navegação cada vez mais segura e sem riscos.

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