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Anderson Silva justifica vídeo em que defende assassino de Leandro Lo: “Foi editado”

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Anderson Silva foi duramente criticado pela comunidade da luta após vazamento de vídeo em que supostamente demonstra apoio ao PM que assassinou o campeão mundial de Jiu-Jitsu. O 'spider' confirmou ser muito amigo do advogado do policial, mas diz que tudo não passou de um mal entendido

Imagem: Alamy

Ag. Fight

No ultimo sábado (18), Anderson Silva ficou imortalizado no UFC ao ser anunciado, durante a transmissão do show de número 286, realizado em Londres (ING), que entrou para o ‘Hall da Fama’ da companhia, mas seu momento de comemoração não durou muito.

Na terça-feira (21), ‘Spider’ se viu no centro de uma polêmica em relação ao trágico caso Leandro Lo, ídolo do jiu-jitsu morto em agosto de 2022, em São Paulo. Tudo porque, após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinar que Henrique Otavio Oliveira Velozo, policial militar acusado pelo homicídio do lutador, volte a receber salário, Cláudio Dalledone, um dos advogados do agente, publicou um vídeo em suas redes sociais no qual o ex-campeão do Ultimate insinuava um suposto apoio ao réu. Surpreso com tal ato, o veterano se pronunciou.

No registro em questão (já deletado), Anderson chegou a declarar que o advogado deveria continuar a ‘fazer justiça’ e que uma história pode ter ‘dois lados’. Imediatamente, parte da comunidade dos esportes de combate tornou público seu descontentamento com a publicação e criticou o ex-campeão do UFC pelo posicionamento. Inclusive, Marcus ‘Buchecha’, estrela do jiu-jitsu e um dos melhores amigos de Lo, foi um dos lutadores que repudiou o veterano.

No entanto, em entrevista ao ‘Canal do Marinho’ em parceria com a revista ‘Tatame’, ‘Spider’ explicou que tudo não passou de um mal-entendido. De acordo com o paulista, o vídeo foi editado e tirado de contexto pelo advogado do policial acusado de matar o atleta. Silva informou ter boa relação com Dalledone e que, de fato, enviou uma mensagem para o mesmo, porém garantiu que jamais defenderia uma pessoa acusada pelo crime de homicídio.

“Eu sou bem amigo do Dr. Claudio (Dalledone), nós treinamos juntos e tenho até o costume de chamá-lo de ‘mestre Claudio Dalledone’. Ele se tornou um grande advogado, tenho um carinho muito grande, mas eu não sei em qual contexto ele acabou usando esse vídeo. Em várias ocasiões, ele me pediu alguma coisa (vídeo), mas nessa situação do Leandro (Lo) não tem nem o que falar. Nunca iria defender o cara que assassinou o Leandro Lo. O Leandro foi assassinado covardemente por um covarde. Eu tenho uma relação muito boa com muita gente, as pessoas ficam me pedindo vídeo e, às vezes, acabo não fazendo, porque a pessoa pega o vídeo e edita, usando em benefício próprio. Pelo que eu vi, esse vídeo (postado pelo Dr. Dalledone) foi editado. Nunca que eu ia defender um cara que matou alguém da comunidade (da luta)”, declarou o ex-campeão do UFC.

Visivelmente desconfortável e irritado com o episódio, Anderson expressou todo seu descontentamento em relação a Dalledone. Inclusive, o ex-campeão do UFC e mais novo integrante do ‘Hall da Fama’ da organização até questionou a amizade com o advogado. Ainda surpreso com a divulgação do polêmico vídeo, ‘Spider’ fez questão de amenizar um possível abalo em sua imagem de ídolo dos esportes de combate, destacando o quão grande foi Lo para o jiu-jitsu e fora dos tatames.

O Lo é um herói, a família dele perdeu um grande herói. De forma alguma, sairia em defesa de um assassino. O Leandro Lo não teve condições de se defender contra esse cara. Então, eu não apoio esse cara (Henrique Velozo), nem conheço esse PM. Sou amigo da comunidade policial, dos bons policiais. Estou aqui em São Paulo, conheço vários policiais bons, mas também tem o lado ruim. De forma alguma, vou defender um marginal que assassinou um irmão. Se o Dr. Claudio usou o vídeo assim, vejo que não é meu amigo“, concluiu.

Leia também: Ex-comandante geral da PM fala o que as autoridades não querem ouvir

O triste episódio envolvendo Leandro Lo e Henrique Otavio Oliveira Velozo aconteceu no dia 7 de agosto de 2022, durante um show no Clube Sírio, em São Paulo. De acordo com as testemunhas, o policial militar, depois de provocar, brigou com o ícone do jiu-jitsu e acabou imobilizado por ele. Ainda segundo os relatos, após ser solto, o agente voltou a procurar o lutador e, quando o encontrou, disparou contra sua cabeça e teria dado dois chutes com o atleta já desacordado no chão. O campeão mundial da arte suave chegou a ser socorrido com vida e levado a um hospital, mas não resistiu e faleceu logo depois.

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