Educação

Estudantes que hostilizaram colega de 44 anos abandonam a faculdade

Share

Cometeram crime e gravaram sua própria estupidez: universitárias de Bauru que debocharam de colega de 44 anos abandonam faculdade em meio a processo disciplinar que apura o caso. Vítima diz que jamais recebeu um pedido de desculpas das agressoras

As três universitárias da Unisagrado, faculdade privada de Bauru (SP), que viralizaram nas redes por debochar de uma colega de curso 44 anos decidiram abandonar a instituição de ensino.

As estudantes foram duramente criticadas na internet, acusadas de etarismo por insinuar que pessoas acima dos 40 anos não deveriam estar na faculdade. A Unisagrado chegou a abrir um processo disciplinar contra o trio, mas elas optaram por abandonar o curso de Biomedicina e a faculdade antes da conclusão do processo.

“Comunicamos que foi instaurado processo disciplinar e, durante, as três estudantes solicitaram a desistência do curso de Biomedicina; dessa forma o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”, afirmou a instituição em nota.

A estudante universitária Patrícia Linares, de 44 anos, disse que jamais recebeu um pedido de desculpas das agressoras. “Elas não me pediram desculpas e a instituição de ensino tem me dado muito apoio. Ando tendo muito apoio psicológico e está tudo encaminhando para o bem”.

Ao contrário das colegas, Patrícia diz que não vai desistir do curso. É um sonho de adolescência que nunca pude realizar porque tive várias interrupções de estudo. E agora também não vou desistir, o sonho não morreu dentro de mim”.

Patrícia revelou que viu o vídeo repugnante pouco antes da apresentação de um trabalho e ficou muito abalada. “Uma colega veio me dizer que fizeram um vídeo caçoando da minha idade, e aí ela me mostrou o vídeo. Como eu estava com muito medo do trabalho, até porque é algo novo para mim, eu comecei a chorar”, relembra.

Patrícia contou que a ideia de retomar os estudos veio em meio um momento complicado durante a pandemia de coronavírus. “Tive uma loja por quase 11 anos. Fui muito feliz. Mas a pandemia me fez fechar. Fui pra casa e fiquei pensando o que eu poderia fazer pra mudar minha história”.

As três estudantes, que são maiores de idade, podem responder na Justiça por injúria, difamação e violência psicológica.