Redação Pragmatismo
EUA 15/Mar/2023 às 10:29 COMENTÁRIOS
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Família de modelo brasileira morta pela polícia nos EUA questiona versão das autoridades

Publicado em 15 Mar, 2023 às 10h29

Modelo brasileira foi morta em abordagem policial na Califórnia, mas família pede mais detalhes pois versões apresentadas pelas autoridades são contraditórias

Gleise Graciela Firmiano
Gleise Graciela Firmiano

A brasileira Gleise Graciela Firmiano, de 30 anos, morreu após ser baleada em uma abordagem policial na Califórnia, nos Estados Unidos. O crime aconteceu no final do mês de janeiro, mas a família da modelo só foi informada dez dias depois e ainda luta para trazer o corpo de volta para o Brasil.

De acordo com a versão da polícia dos EUA, Gleise teve uma briga com o namorado, que é americano, pegou o carro e o cachorro e saiu de casa armada. Quando a modelo foi encontrada, durante a abordagem, ela colocou a mão na arma e os policiais atiraram. A jovem é natural de Penedos (AL).

“Um policial disse que minha irmã foi assassinada na Califórnia pela própria polícia. Segundo ele, ela teve uma briga com o namorado, pegou o carro e o cachorro e saiu de casa armada. O namorado chamou a polícia pedindo ajuda, os policiais encontraram ela perto de uma árvore próxima ao carro e ao cachorro. Quando os policiais chegaram, ela botou a mão na arma e os policiais a mataram. Esse foi o relato do policial ao telefone”, conta a irmã da vítima.

A família pede mais detalhes do ocorrido para o namorado e a polícia, porque não acredita na versão dada pelas autoridades. Gleice e o homem moravam juntos havia dois anos. “Perguntei ao namorado dela por que ele tinha chamado a polícia. Ele disse que ficou com medo de que ela fizesse uma besteira”, diz a irmã da modelo.

A irmã de Gleise afirmou que as versões que a polícia deu à família divergem. Primeiro, eles informaram que a modelo não tinha atirado contra eles, ficando apenas com a arma em mãos no momento da abordagem, mas, após a repercussão que a história tomou, teriam mudado a narrativa.

“Agora eles estão alegando que ela atirou nele [policial] com arma de fogo e eles revidaram com um taser [arma de choque]. Só que não existe isso, de uma pessoa apontar ou chegar a disparar uma arma de fogo contra policiais americanos e eles revidarem com arma de choque. A gente está querendo muito que isso seja esclarecido”.

Ainda não há clareza sobre a motivação do assassinato de Gleice. Segundo o porta-voz dos investigadores, não há evidências de que a mulher tenha atirado contra os agentes.

Mais de um mês depois da morte da modelo, o corpo permanece nos Estados Unidos. A família está pedindo ajuda ao Governo Federal para trazer o corpo para Brasil. Por meio de nota, o Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles informou que prestou a assistência aos familiares, e destacou que não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos.

“Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com autoridades locais e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito”.

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