Um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, Gilberto Gil tem título de cidadão honorário negado pela segunda vez em Florianópolis. Admirado e respeitado no mundo, Gil é embaixador da ONU e membro da Academia Brasileira de Letras. Na mesma sessão, os vereadores aprovaram homenagem à deputada bolsonarista Ana Campagnolo. A decisão repercutiu imediatamente: “O fato é constrangedor. Para a cidade, não para Gil”
A Câmara de Vereadores de Florianópolis rejeitou, pela segunda vez, homenagem ao cantor e compositor Gilberto Gil. Admirado e respeitado em todo o mundo, Gil é membro da Academia Brasileira de Letras.
Agora, parlamentares da capital catarinense, ligados à extrema direita, rejeitaram o título de cidadão honorário a este que é um dos maiores músicos da história do país.
A proposta de homenagem é de autoria dos vereadores Carla Ayres (PT) e Afrânio Boppré (Psol). Dos 23 vereadores, oito foram favoráveis, seis contrários e duas abstenções, sem que se chegasse à maioria absoluta necessária para a aprovação.
Os argumentos para a concessão da homenagem falam, entre outras qualidades de Gil, de sua atuação como embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU). Os opositores, por sua vez, disseram não haver relação entre ele e a cidade.
O músico se apresentará na cidade no dia 26 de março durante a Maratona Cultural. A ideia era de homenagear Gil durante sua passagem pela cidade.
Na mesma sessão em que rejeitaram o título de cidadão honorário a Gil, os vereadores aprovaram a medalha Antonieta de Barros à deputada estadual bolsonarista Ana Campagnolo (PL).
A comunidade artística e política manifestou repúdio à decisão dos vereadores. “O fato é constrangedor. Para a cidade, não para Gil, cuja genialidade artística já foi reconhecida mundialmente”, disse o vice-líder do governo Lula no Congresso, deputado Bohn Gass (PT-RS).
O vereador Afrânio, um dos propositores da homenagem, também lamentou. “A Câmara rejeitou homenagem a Gilberto Gil e aprovou título e medalhas para Bolsonaro e à deputada fascista Ana Campagnolo. Escândalo nacional. Uma Sessão que entra pra história da infâmia.”
O jornalista Reinaldo Azevedo começou sua coluna na BandNews desta tarde com críticas duras aos vereadores da cidade. “Será que tem algum motivo na pele? Algum motivo estético?”, questionou. “A cidade é capital do estado berço do conservadorismo no país. O fato é que Gilberto Gil é ativo na luta por justiça social. Ele foi ministro da Cultura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Logo, o veto tem, no mínimo, viés ideológico.”