Mulher que iria para o trabalho reage a assédio, reclama do agressor e é assassinada
Mulher estava indo para o trabalho quando foi assediada em frente a um posto de gasolina. Incomodada, a vítima foi tirar satisfação com o agressor e acabou assassinada
Uma mulher que estava indo a pé para o trabalho foi assediada por um homem em frente a um posto de gasolina e acabou assassinada. O crime aconteceu na manhã do último sábado (4) na cidade de Fortaleza (CE).
De acordo com testemunhas, a mulher de 37 anos caminhava para o trabalho enquanto o agressor consumia bebida alcoólica no posto. Inconformada com o assédio, a vítima tirou satisfação com o homem e levou uma facada entre o ombro esquerdo e o pescoço.
As imagens de câmeras de segurança (veja abaixo) mostram quando a mulher, sangrando, desfalece e se escora nos braços de uma pessoa para não cair. Ela foi levada para um hospital, onde morreu dois dias depois.
A Polícia Civil informou que investiga o crime como homicídio doloso, quando há intenção de matar. Até o momento, a identidade do agressor não foi divulgada e ninguém foi preso.
A Secretaria da Segurança afirma que a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ou para o (85) 3101-0181, que também é número de WhatsApp.
Brasil registra recorde de feminicídio
O Brasil registrou, no ano passado, 1.410 casos de feminicídio. Em média, uma mulher foi assassinada a cada 6 horas no País por ser mulher. Os números são do Monitor da Violência e do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP), divulgados nesta quarta-feira (8).
De acordo com o levantamento, houve um crescimento de 5% em comparação a 2021. É o maior registro de casos desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015.
Pela legislação, o feminicídio passou a ser considerado homicídio qualificado e entrou na lista de crimes hediondos, com penas que vão de 12 a 30 anos de reclusão.
O estudo mostrou, também, que a proporção de feminicídios cresce em relação ao número total de mulheres assassinadas no país, ano a ano. Em 2017, por exemplo, 22,9% de todos os assassinatos contra mulheres (foram 4.558 naquele ano) foram considerados feminicídio. No ano passado, esse percentual foi de 35,9%.
** Imagens: Alerta de Gatilho **
Mulher reage a assédio na rua e morre após levar facada no bairro Parangaba, em Fortaleza https://t.co/1FT9js5xrx pic.twitter.com/6ih7V5ztmV
— Diário do Nordeste (@diarioonline) March 9, 2023