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Por que a proposta de Lula para baixar o preço das passagens aéreas já está incomodando?

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Voa Brasil: Lula passou a ser criticado por uma parte da imprensa e por pessoas que se consideram da 'elite' após proposta de baratear passagens aéreas para estudantes, aposentados e servidores públicos

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Agência Brasil

Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, adiantou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai lançar um programa para garantir passagens de avião com preços reduzidos para aposentados do INSS, estudantes e servidores públicos, com renda de até R$ 6,8 mil. A ideia é que o custo das passagens não passe de R$ 200 o trecho, com a ocupação de vagas ociosas nos voos, ou seja, as poltronas vazias.

Para aderir ao programa “Voa, Brasil”, os servidores não poderão ganhar mais do que R$ 6.800. O Brasil está perto de alcançar a marca de 90 milhões de passagens emitidas ao ano, mas apenas 10 milhões de CPFs emitem esses bilhetes, o que teria motivado a proposta do Ministério. Segundo França, o programa deve entrar em operação apenas no segundo semestre.

“A ideia é buscar alguém que já tenha vínculo conosco: servidor público, aposentados, pensionistas, estudantes que tenham FIES [Fundo de Financiamento Estudantil]. Todos poderão se encaixar nesse programa, que vai emitir quase 12 milhões de passagens por ano a R$ 200”, relatou o ministro.

Voa Brasil

As passagens devem ser vendidas entre os meses de fevereiro a junho, bem como de agosto a novembro, quando ocorre uma ociosidade média de 21% nos voos domésticos, segundo estimativa do Ministério de Portos e Aeroportos.

A proposta é realizar as vendas de passagens com preços baixos nos sites das companhias aéreas, que deverão ter a opção relacionada ao ‘Voa, Brasil’. Os interessados que se enquadrarem nos critérios para participar do programa poderão realizar a compra, que será intermediada pela Caixa Econômica ou pelo Banco do Brasil.

Os participantes poderão comprar até duas passagens por ano, que deverão ser pagas em até 12 vezes. Informações sobre juros no parcelamento não foram informadas pelo Ministério. O objetivo, contudo, é que o ‘Voa, Brasil’ consiga abranger até 5% da ociosidade dos voos.

“Com isso, a gente vai acabar barateando todas as passagens, porque na medida em que não tem mais ociosidade, as outras passagens também podem ficar mais baratas”, disse França. “Tem um monte de gente que mora distante da família e não consegue visitá-la, por conta dos altos preços. E, por outro lado, tem avião decolando com cadeira vazia. Ruim para a população e para as empresas aéreas”, acrescentou.

Críticas

Nas redes sociais, alguns integrantes da imprensa passaram a criticar o ‘Voa Brasil’. Uma reclamação da jornalista Mônica Waldvogel viralizou. “Os outros passageiros vão ter que pagar a diferença? Cada uma…”.

Outros jornalistas de veículos da mídia tradicional também esbravejaram contra o ‘Voa Brasil’ e questionaram de onde viria o dinheiro para bancar o projeto. Internautas reagiram. “Esse mesmo pessoal que cobra responsabilidade fiscal quando o governo Lula lança uma política pública, no ano passado estava em silêncio quando Bolsonaro foi autorizado a gastar bilhões para vencer a eleição”, observou um usuário.

“Esses MEIs que estão concordando com a Mônica Waldvogel são os mesmos que acreditam que terão a vida arruinada caso seja aprovado o imposto sobre grandes fortunas. A falta de consciência de classe é um problema gigante no Brasil”, relatou outro.

“Imprensa brasileira finge ter memória curta: Bolsonaro vivia passeando de jetski, realizando motociata, fazendo grosseria com jornalistas no cercadinho, negando o vírus e menosprezando a Ciência. Lula lança um programa para levar os pobres para o aeroporto e o mundo caiu”, criticou mais um.