"Alguém tá gravando, aqui? Eu tenho uma admiração profunda por Hitler...". Sem saber que estava sendo filmado, professor de Santa Catarina que já havia sido afastado por apologia ao nazismo volta a elogiar Hitler em sala de aula, na frente de um aluno negro. Em outra ocasião, o homem disse ser a favor de "colocar quem votou em Lula numa câmara de gás"
Afastado das salas de aula em 2022 por fazer apologia ao nazismo, o professor de história Rubenval Sérgio Duarte retornou ao trabalho e foi flagrado elogiando Adolf Hitler. O professor leciona em uma escola pública de Imbituba, Santa Catarina.
Sem saber que estava sendo filmado, o professor falava sobre Hitler quando foi questionado por um estudante. “O professor apoiava o que ele fez?”. Rubenval responde: “Sim, claro […] Alguém tá gravando? Não. Eu tenho uma admiração pelo Hitler, enormemente”.
A declaração do professor em defesa do ditador alemão aconteceu na frente de um aluno negro. Estudantes afirmam que Rubenval elogia o regime nazista em sala de aula com frequência, mas que só agora tiveram a chance de filmar.
No ano passado, após o 2º turno da eleição presidencial, a Secretaria de Estado da Educação (SED) anunciou uma punição de 60 dias para o professor. Na ocasião, em um aplicativo de mensagens, Rubenval elogiou o nazismo e afirmou que ‘Hitler foi melhor que Jesus’. Os prints dos diálogos viralizaram.
No grupo, o homem proferiu uma série de falas em apologia ao nazismo, como: “sou super fã de Hitler” e “sempre quis ser nazista”. Em seguida, foi questionado por outro membro se era favorável a mandar eleitores do PT a uma câmara de gás. “Sem dúvidas, irmão. E eu é que queria ser o cara responsável por expelir o gás”, respondeu.
Rubenval Duarte foi alertado durante a conversa sobre os crimes que estava cometendo, mas ignorou os avisos. No Brasil, apologia ao nazismo é crime previsto na Lei 7.716/1989.
O Pragmatismo tentou contato com a Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina, mas não obteve resposta até a publicação desse texto.
No ano passado, manifestantes bolsonaristas que acampava em frente aos quartéis foram flagrados em vídeos fazendo saudações nazistas em São Miguel do Oeste, Santa Catarina. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) reproduziu nota oficial repudiando os gestos.
“A sociedade brasileira não pode tolerar posturas como essa. Fazer esse gesto vestindo camisa da seleção brasileira é também uma ofensa às nossas Forças Armadas, que lutaram bravamente contra as forças nazistas na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”, disse o comunicado.