Valdnei Caires e Beatriz
Mãe da jovem reclama de apatia da polícia: "O mais revoltante é pedir ajuda com a investigação e eles dizerem que não tem recursos nem estrutura para trazer cães farejadores. Perguntei se fosse o filho de um rico, se não vinha"
Beatriz Pires, de 25 anos, está desaparecida desde o dia 11 de janeiro. A Polícia Civil da Bahia não tem pistas sobre o paradeiro da jovem e afirma que existe a possibilidade de ela estar morta.
As investigações apontam que o vereador Valdnei Caires (PP) tem envolvimento no desaparecimento de Beatriz, que estava grávida de seis meses quando sumiu.
Câmeras flagraram a jovem pela última vez entrando em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município. O veículo seria usado por Valdnei, segundo o Jornal Correio.
Antes de desaparecer, Beatriz disse que faria uma viagem, de um dia para o outro, com o pai do seu filho de dois anos. A jovem não contou para a família quem era o pai para “não complicá-lo”, mas disse apenas que o mesmo homem seria o genitor dos seus dois filhos.
O pai do bebê teria pedido para Beatriz fazer um aborto, o que ela não aceitou. A mulher não teve atitudes estranhas antes de sumir, segundo a sua mãe, Célia Pires.
Segundo Célia, a delegacia do município de Barra da Estiva (BA) teria afirmado na última semana que não teria estrutura para fazer uma grande investigação sobre o sumiço da jovem. A Polícia Civil disse “seguir com as investigações sobre o desaparecimento de Beatriz” e que “está empregando todos os recursos de inteligência para o esclarecimento do caso”.
De acordo com a família, o filho de Beatriz está sem comer em razão da saudade da mãe. A criança está sendo cuidada pela avó materna. “Eu fico perdida, sem chão. É difícil. O mais revoltante é eu pedir [ajuda com a investigação] e eles [da polícia] dizerem que não tem viatura, não tem estrutura para trazer os cães [farejadores] porque gasta muito. Eu até perguntei se fosse o filho de um rico, se não vinha.”
Vereador renuncia ao cargo de presidente da Câmara
Valdinei renunciou ao cargo de presidente da Câmara de Vereadores de Barra Estiva no dia 8 de março. Na ocasião, ele afirmou que a decisão seria irrevogável e irretratável.
No dia 13 de fevereiro, ao menos 10 vereadores de Barra da Estiva protocolaram na Justiça um abaixo-assinado que pedia que o presidente da Casa renunciasse.
A Polícia Civil já fez diligências de busca e apreensão na propriedade e no gabinete do suspeito, com apreensão de um computador e um veículo.