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Bolsonaro diz que compartilhou “sem querer” vídeo com fake news sobre sistema eleitoral

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Em depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro se acovarda e diz que postou fake news golpista “sem querer”. Advogado de defesa alega que o ex-presidente “estava sob efeito de remédios” e não percebeu a postagem “equivocada”

Depois de cerca de duas horas de depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ter compartilhado um vídeo que questionava o sistema eleitoral brasileiro sem querer. O vídeo em questão foi publicado no Facebook em 10 de janeiro, dois dias depois dos ataques às sedes dos três poderes em Brasília.

No vídeo, Bolsonaro afirmava que Luiz Inácio Lula da Silva não foi eleito pelo povo, e sim pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os advogados do ex-mandatário o acompanharam no depoimento. Outro argumento é de que, ao postar a fake news, Bolsonaro estava sob efeitos de remédio.

Ele estava em Orlando, na Flórida (EUA), para onde tinha ido em 30 de dezembro, dois dias antes da posse do presidente Lula. Na saída da PF, um dos advogados, Paulo Cunha Bueno, acompanhado do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, falou rapidamente à imprensa.

“Este vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmitir para o seu arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, ele estava internado em um hospital em Orlando”, disse Bueno.

A postagem “foi feita de forma equivocada”, acrescentou. “Tanto que pouco depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem”, esclareceu ainda.

De acordo com Bueno, o relato “está documentado”, e o ex-presidente só recebeu alta na tarde do dia 10. Já Wajngarten explicou que a postagem “se deu de forma equivocada, poucos momentos após a saída do ex-presidente do hospital, quando estava sob efeito de remédios e ainda muito debilitado”.

Ele ainda afirmou que o ex-presidente afirmou aos agentes federais que repudia os atos golpistas de 8 de janeiro. “As eleições de 2022 são página virada para ele, que condena os atos em Brasília”, disse o assessor.

O depoimento de Bolsonaro foi determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na semana passada, acatando um pedido da Procuradoria-Geral da República.

“A mecânica de postagem no Facebook se dá com meros dois cliques no ícone ‘compartilhar’. A gente juntou ao depoimento o vídeo ilustrativo de como se dá a devida postagem. Ele sequer havia percebido que havia postado o referido conteúdo”, explicou, por sua vez, Wajngarten. Segundo ele, “assim que alertado e tomou conhecimento da postagem, ele apagou o vídeo”.

via RBA