Lula tem aprovação melhor nos 3 primeiros meses de mandato do que teve Jair Bolsonaro no mesmo período. Atual presidente registra 38% de bom/ótimo, enquanto ex-presidente somava 30%. Lula é mais bem avaliado entre nordestinos, pobres e jovens, e tem pior avaliação entre moradores do Sul, evangélicos e ricos
O Datafolha divulgou neste sábado (1) a primeira pesquisa de avaliação do governo Lula. O levantamento aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aprovado por 38% dos brasileiros, e reprovado por 29%. São 30% aqueles que o consideram regular e 3% não souberam responder.
O resultado mostra que Lula é mais bem avaliado do que Bolsonaro nos 3 primeiros meses de governo. Em abril de 2019, o ex-presidente marcava 30% de avaliação ruim/péssimo e 32% de ótimo/bom. Era regular para 33%.
Lula marca um início de governo com popularidade inferior à registrada nas suas duas passagens anteriores pelo Palácio do Planalto. Nos 90 dias de 2003, ele era aprovado por 43%, com apenas 10% de reprovação, enquanto a marca foi a 48% e 14%, respectivamente, no mesmo período em 2007.
Em comparação à marca de 90 dias de outros presidentes em primeiro mandato, sua aprovação é semelhante à de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 39% em 1995), Fernando Collor (PRN, 36% em 1990) e Itamar Franco (PMDB, 34% em 1992). Fica abaixo da sucessora, Dilma Rousseff (PT), que teve 47% de ótimo/bom em 2011.
FHC se reelegeu, mas terminou seu segundo mandato mal avaliado e não fez o sucessor. Lula também venceu a disputa para ficar no cargo e saiu aclamado. Collor e Dilma acabaram sofrendo impeachment.
Os dados de hoje exprimem o que a observação da realidade política mostra: Lula venceu uma eleição apertadíssima contra Bolsonaro em um país rachado, com 1,8 ponto percentual acima do rival no segundo turno.
Lula é mais bem avaliado ou recebe a menor reprovação entre nordestinos (53% de ótimo e bom no grupo, que soma 26% da amostra do Datafolha), os mais pobres (21% de ruim péssimo entre os que ganham até 2 salários mínimos, 55% dos ouvidos) e jovens (17% de ruim péssimo entre os 17% que têm de 16 a 24 anos).
Na contramão, o eleitorado tradicionalmente mais bolsonarista é mais refratário ao petista. Ele só tem 29% de aprovação no Sul (15% da amostra), 28% entre evangélicos (27% dos ouvidos) e 30% entre os mais ricos.
O Datafolha também questiona o que os entrevistados esperam para o governo no futuro. Os resultados foram os seguintes:
50% acreditam que o governo Lula será ótimo ou bom;
27% acreditam que será regular;
21% acreditam que será ruim ou péssimo;
1% não soube responder.