Delegada temida pelos neonazistas morre no Rio Grande do Sul
As investigações sobre racismo, nazismo, homofobia e todo tipo de discriminação que configure delito no RS tiveram quase sempre, nos últimos anos, a coordenação direta da delegada. Andréa Mattos era uma mulher numa área de investigação de alto risco, dominada por machões da extrema-direita. Ela foi homenageada 9 dias antes de falecer
As investigações sobre racismo, nazismo, homofobia e todo tipo de discriminação que configure delito tiveram quase sempre, nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, a coordenação direta da delegada Andréa Mattos.
Andréa era titular da Delegacia de Combate à Intolerância, desde a criação do órgão, em dezembro de 2020. E desde então lutava também contra um câncer que a matou na última sexta-feira (14).
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O setor público perde uma servidora destemida, defensora das liberdades, com apenas 42 anos. A delegada vinha se dedicando às investigações de grupos nazistas no Rio Grande do Sul e foi responsável por prisões de militantes que disseminam as ideias de Hitler em articulação com criminosos de outros Estados, principalmente Santa Catarina.
Trabalhava em parceria com o deputado Leonel Radde (PT), também policial, na tentativa de conter o avanço de células neonazistas no sul do país.
Há 10 dias, por iniciativa de Radde, Andréa havia recebido na Assembleia Legislativa a Medalha do Mérito Farroupilha. O deputado, reconhecido como o maior combatente do nazismo no Estado, escreveu no Twitter:
“Dia triste para a luta Antifascista e contra todo o tipo de preconceito. Nossa amiga e guerreira, Delegada Andréa Mattos, acabou de falecer após uma longa luta contra o câncer. Que seu exemplo de vida e seu trabalho nos sirvam
de farol para sempre. Sinto demais a tua falta”.
Era uma mulher numa área de investigação de alto risco, dominada por machões da extrema direita.
A pergunta que fica é a mais óbvia e inquietante: quem irá substituir essa policial exemplar na tarefa de encarar racistas, homófobos, nazistas e fascistas em geral?
Repercussão:
Nos deixou Andrea Mattos. Delegada de Combate à Intolerância de Porto Alegre, Andrea foi uma lutadora incansável no enfrentamento à LGBTQIA+fobia, racismo, intolerância religiosa, fascismo e neonazismo. Minha solidariedade e abraço aos famíliares e amigos. pic.twitter.com/GOz9SruOcc
— Maria do Rosário (@mariadorosario) April 14, 2023
O Brasil perdeu uma policial que enfrentava o racismo, a homofobia, o nazismo e todo tipo de discriminação.
Morreu a delegada Andréa Mattos, da Delegacia de Combate aos Crimes de Intolerância em Porto Alegre. Tinha 42 anos e enfrentava um câncer desde 2019.
Obrigado, Andréia.✊🏽 pic.twitter.com/smmULOkAEI— Lorenzo B M Barreto (@lorenzobmb) April 15, 2023
É com tristeza que comunico o falecimento da Delegada Andrea Mattos, após uma batalha corajosa contra o câncer.
Uma lutadora dos Direitos Humanos, ela comandava a 1ª Delegacia de Combate a Intolerância de POA, com carinho e braços abertos. Meus sentimentos a família e amigos. pic.twitter.com/VveFVzV4v8
— Daiana Santos (@daianasantospoa) April 14, 2023
Homenageada 9 dias antes de falecer:
Chegou o dia de homenagear uma guerreira incansável! A Delegada Andréa Mattos tem lutado contra a lgbtifobia, racismo, intolerância religiosa, fascismo e neonazismo, e hoje ela é reconhecida com a Medalha do Mérito Farroupilha, a maior distinção do parlamento gaúcho. Essa… pic.twitter.com/5qQjy7ELXe
— Leonel Radde (@LeonelRadde) April 5, 2023