Deputados bolsonaristas passaram por treinamento e foram orientados a "não tentar lacrar" com Silvio Almeida nos embates da Câmara. Ministro de Lula foi descrito pelos opositores como "perspicaz, inteligente e bom de oratória"
por Evandro Éboli, do Metrópoles
Momentos antes de o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) se acomodar na Comissão de Segurança Pública da Câmara, a convite da bancada da bala, parlamentares bolsonaristas se reuniram à porta fechada para definir estratégia de condução da audiência pública.
➥ Quer receber as notícias do Pragmatismo pelo WhatsApp? Clique aqui!
O ministro ficou meia hora sentado na comissão aguardando, sem saber, enquanto os aliados de Bolsonaro “tramavam” a tática para interrogá-lo.
Um dia antes, a comissão foi palco de um vexame desse grupo, que não permitiu que o também ministro Flávio Dino (Justiça) discorresse sobre os temas afeitos à sua pasta. Os seguidores de Bolsonaro, em especial os novatos, obstruíram os trabalhos e ofenderam o ministro.
A sessão foi encerrada pelo próprio presidente, Ubiratan Sanderson (PL-RS). Se achando vitoriosos, os bolsonaristas chamaram Dino, aos gritos, de “comunista fujão”.
No “treino” para pressionar Almeida, os parlamentares mais experientes orientavam os mais novos, que têm tumultuado mais as audiências públicas com o intuito de “lacrar” nas suas redes sociais, a se comportarem sem bravatas e fanfarrices. Mas não foi o que se viu.
Foi recomendado a eles não se excederem nos ataques e críticas ao titular dos Direitos Humanos e foram alertados que o ministro é “perspicaz, inteligente e bom de oratória”.
O excesso desses bolsonaristas novatos irritaram até mesmo os “cabeça branca”, como são chamados os mais velhos, que estão repensando se vale a pena seguir convocando ministros se for para “levantar a bola” para os auxiliares de Lula.
Flávio Dino, na CCJ semana passada, já havia se destacado, até irritando os bolsonaristas com sua ironia a cada crítica que recebia. A ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) também foi reativa na Comissão da Amazônia, após ser alvo de deputados do PL. E a ministra Nísia Trindade (Saúde), no seu tom mais moderado, não deixou sem resposta os ataques da oposição.
➥ Quer receber as notícias do Pragmatismo pelo WhatsApp? Clique aqui!
VEJA: