Ex-atleta é liberada após dizer que chicoteou entregador negro “para se defender”
Depoimento de Sandra Mathias foi repleto de contradições; de acordo com a versão da ex-atleta, que fez de tudo para adiar seu depoimento, ela é a vítima pois teria sido alvo de homofobia
A ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá foi liberada após prestar depoimento nesta segunda-feira (17). Ela é investigada por agressões e injúria contra entregadores.
Sandra disse que foi vítima de homofobia por parte de Max Angelo e Viviane Maria Teixeira, negou as acusações de racismo e afirmou que usou a guia da coleira para “se defender” do entregador Max, a quem aplicou chicotadas.
Sandra confirmou que a confusão começou em 4 de abril, quando o Max Angelo passou perto dela na calçada onde os trabalhadores se reúnem, ao lado do prédio dela. Cinco dias depois, em outra briga, ela foi filmada atacando Max, que é negro, com a guia da coleira do cachorro dela, com uma chicotada.
Sandra disse que a briga começou após Max passar perto dela com a bicicleta, o que entendeu como “desrespeito”. A ex-atleta afirmou que Max a filmava e dizia “palavras homofóbicas e provocativas”, e que ela disse: “Você é homofóbico”, mas não prestou queixa.
A ex-jogadora negou qualquer ofensa de cunho racista e disse que sempre sofreu ameaças e ofensas homofóbicas por parte dos entregadores. Ela disse que só agrediu os entregadores como reação às ofensas sofridas.
Sandra havia adiado a data de seu depoimento, marcado inicialmente para a semana passada. A defesa apresentou um atestado alegando problemas de saúde e lesões no corpo para não comparecer no dia marcado.
A Polícia Civil já ouviu uma testemunha e intimou outras três pessoas que presenciaram as agressões. O inquérito apura os crimes de injúria e lesão corporal, com pena de até 5 anos de prisão.
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