Anderson Torres e Bolsonaro (ABR)
Dezenas de vídeos e relatos que mostravam o desespero da população impedida de votar em Lula foram publicados pelo Pragmatismo no dia do 2º turno da eleição. Documentos agora confirmam o que já se sabia: Bolsonaro utilizou toda a estrutura do poder para boicotar a democracia e permanecer no cargo, mas mesmo assim foi derrotado
Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que o ex-ministro de Justiça Anderson Torres atuou pessoalmente para a realização das operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no 2º turno em regiões onde Luiz Inácio Lula da Silva foi bem votado. O objetivo era garantir a vitória de Jair Bolsonaro impedindo que o eleitor de Lula conseguisse votar.
Anderson Torres fez uma viagem à Bahia para solicitar à superintendência da PF no estado uma atuação conjunta com a PRF contra supostos crimes eleitorais. A justificativa era falsa. De acordo com investigadores da PF, o governo Bolsonaro agiu para dificultar a locomoção de eleitores no estado onde Lula tem mais votos historicamente.
Na ocasião, a equipe de Anderson Torres teria encaminhado um documento com os nomes das cidades nas quais deveriam ser realizadas as operações. Esse documento foi elaborado pela delegada Marília Ferreira Alencar, que é investigada pela PF por obstrução de provas relacionadas aos atos criminosos do 8 de janeiro.
No estado da Bahia, ao qual o ministro Anderson Torres foi pessoalmente discutir a ação da PF no segundo turno, Lula obteve 69,7% dos votos na primeira etapa da eleição, enquanto Bolsonaro teve 24,3%.
O mapeamento das cidades onde Lula foi mais votado foi pedido por Anderson Torres a Marília Alencar, que na época atuava no Ministério da Justiça. Alencar teria, então, pedido a um servidor da área de Tecnologia da Informação (TI) do ministério que fizesse o levantamento.
Dezenas de vídeos e relatos que mostravam o desespero da população impedida de votar em Lula foram publicados pelo Pragmatismo no dia do 2º turno da eleição presidencial. Os vídeos foram vistos por milhões de pessoas. Após a repercussão, a expressão “Deixem o Nordeste votar” ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.
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