Saúde

Influenciador de 27 anos que morreu por alergia a camarão deixou carta de despedida

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Atendimento médico ao influenciador e fundador de bloco de carnaval foi imediato, mas mesmo assim ele não resistiu, o que demonstra como alergias alimentares são perigosas. Jovem de 27 anos deixou carta surpreendente de despedida para a esposa

Brendo Yan da Silva

O influenciador digital e fundador de um bloco de Carnaval de Natal, no Rio Grande do Norte, morreu aos 27 anos depois de comer um bolinho de camarão. Brendo Yan da Silva chegou a ser internado, mas não resistiu e teve a morte cerebral confirmada na última quarta-feira (26).

A esposa de Brendo, Victória Figueiredo, contou que ela e o marido haviam ganhado bolinhos de mandioca de um vizinho — que não sabia que Brendo Yan era alérgico e não informou que o recheio era de camarão.

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Quando Brendo comeu o bolinho, Victória Figueiredo perguntou qual era o sabor, e o marido respondeu que era de frango. “Eu falei que tinha cheiro de peixe, mas realmente não tinha gosto e nem cheiro de camarão, estava bem desfiado”, relata.

Logo depois de comer o bolinho, ainda segundo a esposa, Brendo Yan Silva já começou a passar mal e tomou um antialérgico, ainda em casa. Victória correu para pedir ajuda aos vizinhos, e o rapaz foi colocado em um carro e levado ao pronto-socorro.

Já na Unidade de Pronto-Atendimento do Pajuçara, o jovem teve uma parada cardíaca e foi reanimado. Ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ficou intubado até o domingo (23), quando foi transferido para o Hospital Memorial.

Brendo não conseguiu se recuperar nos dias que se seguiram e tomografias feitas no hospital constataram a morte encefálica do jovem. A repetição dos exames confirmou o óbito.

Carta de despedida

A esposa contou que Brendo deixou uma carta de despedida. Ela explicou que não sabe exatamente quando o rapaz escreveu a carta, mas disse que o documento foi entregue a ela assim que eles se casaram, há um ano. Na carta, Brendo pediu para que ela e todos “aproveitassem a vida intensamente”.

“O legado que ele deixou é o que fica. Que a gente viva intensamente, que a gente aproveite a vida intensamente, que a vida é uma só e a gente não sabe o dia de amanhã. E eu não sabia realmente o dia de amanhã. Se eu soubesse, eu teria aproveitado mais […] E é isso que ele vai deixar dentro de mim: que eu aproveite a vida, que eu curta a vida. Foi isso que ele me pediu na carta”, disse Victoria Figueiredo.

Na carta, a esposa disse que Brendo Yan agradecia e também pedia como queria que fosse o funeral, “caso chegasse o dia dele”. Por ser do candomblé, um dos desejos de Brendo Yan era de que todos estivessem de branco e também que houvesse um festejo.

O pedido foi atendido durante o cortejo e o sepultamento na tarde desta quinta-feira (27) na Redinha, bairro em que ele morava, contou com uma banda de frevo e um estandarte do Bloco do Anjnho, que foi criado pelo influenciador no carnaval deste ano.

Brendo Yan da Silva fundou o Bloco do Anjinho, que sai no bairro Redinha, em Natal, além de trabalhar como assistente administrativo. Nas redes sociais, amigos, familiares e a esposa do jovem, Victória Figueiredo, lamentam a morte.

Riscos das alergias alimentares

A alergia a camarão está entre as mais comuns no Brasil. A intolerância do organismo à ingestão do alimento pode causar reações violentas no corpo e até levar à morte.

Em Goiás, uma jovem de 25 anos ainda se recupera após ficar internada em estado grave depois de cheirar pimenta. O Pragmatismo publicou sobre o caso aqui.

A alergia alimentar é uma resposta exagerada do sistema de defesa do corpo a alguma substância. O sistema imunológico confunde um alimento específico com invasores e produz anticorpos contra ele. Essa resposta do organismo pode desencadear uma série de reações.

A alergia surge quando há intolerância do organismo a alguma substância, como um alimento específico, pólen, medicamento ou veneno de insetos, entre outros.

O contato pode causar, em minutos, reações violentas no corpo, como edema de glote (inchaço repentino na garganta, impedindo a passagem de ar para os pulmões) e choque anafilático (reação alérgica grave que surge em poucos segundos, causando sintomas como coceira, inchaço da boca, língua e rosto).

As reações ocorrem porque o sistema imunológico confunde substâncias inofensivas, como alimentos, picadas ou até mesmo o látex da borracha, com invasores.

Assim, anticorpos tentam destruí-los e, quando a pessoa alérgica faz novos contatos com esses agentes, os anticorpos reconhecem a substância e a atacam.

Uma pesquisa mostrou que 92% das pessoas que morreram por alergia (anafilaxia) tinham conhecimento do problema, mas achavam que um pouco de contato não faria mal.

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