Redação Pragmatismo
Lula 24/Abr/2023 às 16:03 COMENTÁRIOS
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Lula pede desculpas por declaração que irritou apresentador Marcos Mion

Publicado em 24 Abr, 2023 às 16h03

Declaração de Lula provocou nota de repúdio da Associação Brasileira de Psiquiatria e foi duramente criticada por Marcos Mion. Presidente se retratou: “Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir”

Lula e Marcos Mion
Lula e Marcos Mion

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu desculpas pela declaração polêmica, feita em meio a uma reunião com governadores sobre violência nas escolas, em que afirmou que pessoas com “deficiência mental” têm “problemas de desequilíbrio de parafuso”.

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Lula usou as redes sociais para se desculpar, ao anunciar acordos firmados em Portugal, onde cumpre agenda oficial desde a última sexta-feira (21). Entre eles, está o que prevê a criação de mecanismos para o intercâmbio de boas práticas na promoção e defesa dos direitos de pessoas com deficiência, para Brasil e Portugal atuarem juntos na promoção de mais direitos para a população PCD.

“Destaco esse acordo também pois gostaria de pedir desculpas sobre uma fala que fiz na semana passada, durante reunião sobre violência nas escolas. Conversei e ouvi muitas pessoas nos últimos dias e não tenho vergonha de assumir que sigo aprendendo e buscando evoluir”, escreveu Lula, que complementou:

“É por isso que quero me retratar com toda a comunidade de pessoas com deficiência intelectual, com pessoas com questões relacionadas à saúde mental e com todos que foram atingidos de alguma maneira por minha fala”.

A manifestação de Lula gerou uma série de críticas, entre elas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que chegou a enviar uma carta ao presidente. A carta foi assinada pelo presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo da Silva.

O ator, apresentador e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência intelectual, Marcos Mion, também fez críticas a Lula. Ele, que é pai de Romeo, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), afirmou que o discurso de Lula reforça preconceitos e estigmas sustentados em capacitismo, conceito que se refere à discriminação contra pessoas com deficiência.

“Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido”, disse o apresentador.

A manifestação do apresentador da Globo provocou diversas reações. Internautas resgataram fotos de Mion ao lado de Jair Bolsonaro e lamentaram que o apresentador tenha sido rápido para condenar Lula, enquanto silenciou a respeito de diversas declarações bárbaras do ex-presidente.

“Confesso que meu primeiro movimento foi de crítica a Mion, especialmente pelo espaço que deu a Jair Bolsonaro, quando este meramente confirmou uma lei de apoio aos autistas, de autoria de uma deputada petista”, pontuou o jornalista Luis Nassif.

“Nao há termos de comparação para este tema entre Lula e Bolsonaro. Sob Lula, Fernando Haddad montou a mais importante política inclusiva da história, colocando 900 mil crianças com deficiência na rede formal de ensino. Já Bolsonaro afirmou que educação inclusiva nivela por baixo, e, no seu governo, deu o comando das políticas para deficientes a APAES e grupos religiosos”, acrescentou Nassif.

“Mas Marcos Mion tem razão em relação à frase de Lula e o presidente deve desculpas pelo escorregão dado a todas as pessoas com deficiência”, finalizou o jornalista.

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Muitos internautas não foram tão compreensivos. “Entendi que entre o escorregão, não intencional, de Lula e o vídeo do Mion, o lado mais próximo ao lado político do Mion falou mais alto. Considero que muitas das famílias brasileiras humildes, carentes, excluídas, e abrigam muitas pessoas enfermas, deficientes e especiais, tem muito que elogiar a Lula pelo que sempre fez por elas. Por outro lado, a critica justa do Mion seria perfeita, em minha opinião, se não excedesse a ponto de ganhar uma tonalidade de proximidade política”, observou um usuário.

“A deficiência que Lula falou, não foi sobre a deficiência que nós e ele defendemos a inclusão e respeito. Está muito claro que Lula falou sobre a deficiência odiosa e sem respaldo lógico humano, a que é fomentada no racismo, nazismo e circunstancias inapropriadas de educação e informação, e não no capacitismo. Foi um deslize de discurso”, escreveu outro.

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