Economia

Lula sanciona reajuste de 9% para servidores e promete mais concursos públicos

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Ao sancionar o aumento para os servidores, Lula reafirmou que o Brasil está em fase de reconstrução e esse processo ainda deve demorar. “Vocês não têm noção da quantidade de amigos ‘dos homens’ que estavam em cargos de confiança”. O presidente também prometeu a realização de novos concursos públicos para diversas carreiras

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, no início da tarde desta sexta-feira (28), o projeto que garante reajuste salarial aos servidores públicos federais. É o primeiro acordo assinado desde 2016. Prevê reajuste linear de 9% a partir de maio.

Além disso, o auxílio-alimentação sobe de R$ 458 para R$ 658 (aumento de 43,7%). Para Lula, um aprendizado vindo do “desgoverno que saiu” foi valorizar a democracia e o diálogo. “Era o país do monólogo. (Um) governante que falava com ele e apenas com os seus”.

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Lula, que considerou o acordo uma “façanha”, reafirmou que o país está em fase de reconstrução, e esse processo ainda deve demorar. “Vocês não têm noção (…) A quantidade de amigos ‘dos homens’ que estavam em cargos de confiança.”

Ele defendeu a realização de concursos públicos, mas lembrou que o setor privado leva vantagem por, em geral, oferecer salários melhores. “Para melhorar qualquer serviço publico em qualquer país do mundo, você tem que contratar seres humanos. (…) As pessoas fazem mau juízo de valor com o funcionalismo público.” E defendeu também a classe política, ao afirmar que não se pode colocar todos em um mesmo balaio. “É o único concurso renovado a cada quatro anos.”

“Aos poucos você vai ter que ir colocando servidor no seu lugar, aqueles concursados no seu lugar. A gente vai ter que fazer concursos em várias carreiras para a gente repor aquilo que tinha desaparecido”, afirmou Lula.

Em discurso, o presidente disse que o reajuste sancionado nesta sexta “pode não ser tudo que as pessoas desejavam, mas é uma coisa muito importante diante do furacão que o Brasil foi vítima durante os últimos períodos”.

Lula ainda defendeu a realização de concursos para manter profissionais no serviço público e criticou quem chama as seleções de “gastança”.

“As vezes há uma incompreensão, eu não sei se por má-fé ou não, mas toda a vez que a gente fala em fazer concursos, algumas pessoas começam a utilizar ‘começou a gastança’. As pessoas não querem compreender, mas sabem que é assim, mas não querem compreender que, para melhorar qualquer serviço público, em qualquer país do mundo, você tem que contratar seres humanos, você tem que contratar mulheres e homens para fazer os serviços que somente ser humano pode fazer”, disse.

Sem citar Paulo Guedes, ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro, a ministra da Gestão, Esther Dweck, afirmou que o reajuste também demonstra que o governo não vê os servidores públicos como “parasitas”.

“Esse reajuste também representa, principalmente, uma valorização dos servidores e servidoras. E é uma demonstração clara de que o governo não vê os servidores como parasitas, né, como já foi falado aqui”, disse.

Em 2020, enquanto ministro, Guedes comparou funcionários públicos a “parasitas”, ao comentar a reforma administrativa pretendida pelo governo Bolsonaro.

Guedes criticou, na ocasião, o reajuste anual dos salários dos servidores que, segundo ele, têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”. O ministro defendeu rever a carreira do funcionalismo.

“O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou Guedes à época.

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