Militares gastaram dinheiro da Covid com picanha e filé mignon no governo Bolsonaro, diz TCU
Sob Bolsonaro, militares torraram em comilança recursos destinados ao enfrentamento da pandemia. Segundo auditoria do TCU, foram R$ 703,4 mil em picanha, filé mignon, sorvetes, salgadinhos de coquetel e refrigerantes
Sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares gastaram com carnes nobres e salgadinhos recursos que deveriam ser usados para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. As informações são de uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo a auditoria, foram gastos R$ 255.931,77 com salgados típicos de coquetel, sorvetes e refrigerantes e R$ 447.478,96 com carnes bovinas de cortes nobres, filé mignon e picanha.
➥ Quer receber as notícias no seu celular? Entre no grupo do Pragmatismo no WhatsApp
Com relação às carnes nobres, os auditores relataram que as normas internas do Exército autorizam a compra de cortes bovinos nobres, porém, considerando o contexto pandêmico, as aquisições infringiram os princípios da razoabilidade e do interesse público.
“Constatou-se que tais aquisições, por terem sido realizadas no contexto de crise social e econômica vivenciada pelo Brasil, com recursos oriundos de endividamento da União, de crédito extraordinário e ignorando opções mais vantajosas, infringiram os princípios da razoabilidade e do interesse público, previstos no art. 2º da Lei 9.784/1999”, diz trecho da auditoria.
O relatório do tribunal também constatou uso de recursos destinados às ações de enfrentamento à Covid para manutenção de bens imóveis das Forças Armadas, sem que fossem preenchidos os requisitos de imprevisibilidade e urgência exigidos para a aplicação de recursos de crédito extraordinário.
“(…) não foi apenas isso que se observou, tendo sido realizadas obras de reforma de grande vulto em várias unidades, como adaptação de instalações para construção de alojamentos e de salas de instrução e a realização de troca de pisos e de telhado em alojamentos que se encontravam em uso”, diz outro trecho da auditoria.
Os auditores também identificaram que a aprovação de parte das despesas informadas pelo Ministério da Defesa teve documentação comprobatória insuficiente.
Na última semana, o TCU já havia determinado a devolução de dinheiro de Viagra superfaturado comprado na gestão Bolsonaro. O Tribunal ainda deve se manifestar sobre as próteses penianas, remédios para calvície e aplicações em botox adquiridos pelas Forças Armadas no período Bolsonaro.