Mulher estava irritada com trabalhadores na calçada e acabou despejando seu ódio no primeiro negro que encontrou pela frente. Sandra Mathias Correia de Sá é apoiadora de Jair Bolsonaro e tem passagens na polícia por ameaça e furto de energia elétrica
A nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá é a mulher que aparece agredindo o entregador negro Max Angelo dos Santos em São Conrado, no Rio de Janeiro. O vídeo viralizou nesta segunda-feira (10).
Em seu perfil pessoal, a agressora tem postagens de apoio à família Bolsonaro. “Fica a dica, vote 22 pela liberdade e prosperidade da nação!”, escreveu Sandra no dia 8 de outubro de 2022, semanas antes do 2º turno da eleição presidencial. Ela fechou seu perfil após a repercussão do caso.
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Sandra já tem duas passagens na polícia. Uma por furto de energia elétrica na Praia do Leblon, onde ela mantém uma escola de vôlei, e outra por injúria e ameaça.
O trabalhador Max Angelo desabafou após ser agredido pela mulher. “Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos. E isso não pode acontecer. É inadmissível. Não tem como aceitar uma situação como essa”, disse.
Entenda o caso
A confusão começou por insatisfação de Sandra ao ver entregadores na calçada em que passeava com seu cachorro. “A gente estava trabalhando, como de praxe, o dia todo aqui, e ela passou. Saiu de prédio e veio passear com cachorro. Quando ela chegou na nossa direção, ela olhou para mim, olhou para gente, cuspiu no chão e seguiu o caminho dela. Quando ela voltou, aí ela já foi e começou a arrumar problema com a outra menina”, conta Max.
No vídeo, é possível ver ela reclamando que os entregadores andam de moto sobre a calçada. “Você não está na favela, filha da p*ta. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu”, disse Sandra.
Minutos depois, Sandra parte para cima de Max Angelo. Ela puxa a camisa dele e acerta um soco na cabeça. Ele consegue se soltar e se afasta. Depois, ela tira a guia da coleira do cachorro e avança para cima de Max com chicotadas, como se estivesse torturando um escravo.
“As pessoas têm medo, as pessoas não falam e enquanto for assim, sempre vai acontecer. As pessoas têm que falar, têm que denunciar”, desabafou Max.
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