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Pai da juíza Gabriela Hardt é acusado de roubar tecnologia da Petrobras e grande mídia silencia

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Pai da juíza Gabriela Hardt é suspeito de transmitir informações sigilosas sobre tecnologia de exploração de xisto a banco canadense, que acabou comprando subsidiária da Petrobras durante o governo Bolsonaro. Silêncio da mídia tradicional sobre o caso diz muito

Gabriela Hardt e Sergio Moro

O jornalista Leandro Demori divulgou documentos que implicam o engenheiro químico Jorge Hardt Filho em um caso de pirataria industrial envolvendo a Petrobras SIX, subsidiária da estatal voltada à industrialização de xisto para obtenção de combustíveis. Jorge Hardt Filho é pai da juíza Gabriela Hardt, substituta do ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) na Operação Lava Jato. Recentemente, Gabriela também teve atuação suspeita na operação que desbaratou planos do PCC para atacar Moro e outras autoridades.

Seu pai trabalhou por décadas na SIX, localizada em São Mateus do Sul, no Paraná. Após se aposentar, passou a atuar como consultor. Ele então teria tido acesso a informações sobre uma tecnologia própria para extração de óleo e outros derivados de pedras de xisto, que foi patenteada com o nome de Petrosix.

Primeiramente, em 2007, ele recebeu uma autorização “incomum” para adentrar às dependências da fábrica com o seu computador pessoal. Um ano depois, a Petrobras fechou contrato com Engevix – empreiteira que foi alvo da Lava Jato posteriormente – com o objetivo de vender a Petrosix no Marrocos, nos Estados Unidos e na Jordânia. Foi então que Hardt Filho e outros dois ex-funcionários da SIX, que atuavam como consultores da Engevix, tiveram acesso à “documentos classificados como corporativos, reservados e confidenciais” sobre a tecnologia em questão.

Trapaça

Nos outros países, os negócios não prosperaram. Mas, na Jordânia, a Petrobras recebeu autorização do governo para estudar a exploração de xisto na segunda melhor reserva do país. Em 2011, a estatal então recorreu a uma parceria com o banco canadense Forbes & Manhattan, que financia projetos de mineração. Um ano e meio depois, no entanto, a Irati Energia, controlada pelo banco canadense, ofertou no mercado uma tecnologia similar à Petrosix.

Em reunião, o gerente geral da SIX, Jose Alexandrino Machado, mostrou imagens comprovando que a Irati exibia em seus prospectos informações privadas retiradas de dentro da SIX. “E o mais chocante: a Irati teria requerido, poucas semanas antes, licença para pesquisa e mineração de áreas próximas à planta da SIX no Paraná, região que estava mapeada apenas em estudos geológicos confidenciais realizados pela própria Petrobras SIX”, relata Demori. A empresa também passou a disputar as áreas de exploração na Jordânia.

Além disso, Jorge Hardt Filho e seus ex-colegas da Petrobras passaram a requerer patentes, no Brasil e no exterior, de tecnologias ainda protegidas da Petrosix, para o desenvolvimento de um novo produto que chamaram de “Prix”. “Nas descrições comerciais do Prix, ele era apresentado como um processo ‘com mais de 30 anos de comprovada operação’. Era mentira”, crava o jornalista.

O golpe

A Petrobras abriu investigação, que identificou que a Irati e o Forbes & Manhattan “utilizaram-se de informações privilegiadas”. O relatório também destaca que Jorge Hardt Filho e seus colegas tiveram acesso a essas informações obtidas ilegalmente. Nesse sentido, a estatal recomendou que não fossem feitos contratos futuros o banco canadense.

Em 2022, no entanto, ignorando as recomendações da própria Petrobras, o governo Bolsonaro privatizou a SIX, desenvolvedora do Petrosix. O comprador foi nada menos que o próprio banco canadense Forbes & Manhattan, que pagou cerca de R$ 210 milhões, valor equivalente ao lucro registrado pela subsidiária no ano anterior.

Gabriela Hardt substituiu o ex-juiz e senador Sergio Moro (UB-PR) na Operação Lava Jato. Ela ficou conhecida por condenar Lula a 12 anos de prisão com uma sentença ‘copia e cola’.

Relembre:
1. Sentença ‘copia e cola’ de Gabriela Hardt é anulada pela Justiça
2. Em carta de próprio punho, Leo Pinheiro confessa que mentiu em delação que incriminou Lula