Policial Marcelo de Lima atirou nove vezes após uma briga por causa de uma pizza. Juiz afirma que não há nenhum elemento que apoie a tese da defesa de que o agente agiu em legítima defesa. De acordo com o magistrado, as circunstâncias do crime “revelam uma personalidade extremamente violenta e desajustada” de Marcelo
O policial penal Marcelo de Lima teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após passar por audiência de custódia no domingo (2/4). Marcelo matou a tiros o cinegrafista Thiago Leonel Fernandes da Motta
De acordo com testemunhas, o policial atirou nove vezes após uma briga por causa de uma pizza. De acordo com o juiz Bruno Rodrigues Pinto, não há nenhum elemento que apoie a tese da defesa de que o acusado agiu em legítima defesa.
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O magistrado afirmou ainda que Marcelo tentou fugir. “Esse não é o tipo de comportamento esperado por aqueles que agem de acordo com a lei”, escreveu Pinto.
Ainda de acordo com o magistrado, as circunstâncias do crime “revelam uma personalidade extremamente violenta e desajustada” de Marcelo.
Nas redes sociais, Marcelo costumava postar fotos segurando armas e frases como “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. O homem também venerava o ex-presidente Jair Bolsonaro, minimizava a pandemia e criticava ‘comunistas’.
Thiago, que foi assassinado, estava com o amigo Bruno Tonini Moura, que também foi baleado e socorrido a um hospital. Ambos são torcedores do Fluminense. Thiago era cinegrafista, fotógrafo e diretor de fotografia. Ele frequentava rodas de samba e foi um dos fundadores do Samba Pra Roda.
Entenda o caso
Testemunhas contam que Thiago e Bruno estavam no bar após a partida entre Flamengo e Fluminense, quando Thiago pediu duas pizzas brotinho que estavam em uma estufa. Eram as duas últimas à venda.
Segundo os relatos, Marcelo alegou também ter feito um pedido e tentou pegar uma das pizzas da mão de Thiago.
Houve um princípio de confusão, e Marcelo teria sido retirado do bar. Uma testemunha afirma que o policial penal retornou minutos depois com uma arma e atirou nove vezes contra Thiago, que morreu na hora.
Ferido, Bruno foi levado ao hospital. Em nota publicada nas redes sociais, o Fluminense informou que foi submetido a cirurgia e está na UTI.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária disse que “repudia todo ato de violência praticado pelos seus servidores e acrescenta que será aberto um Procedimento Disciplinar Administrativo”.
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