PF prende 15 prefeitos em Santa Catarina por corrupção; todos são bolsonaristas
Operação já prendeu 15 prefeitos em Santa Catarina, no que já é considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história do estado mais bolsonarista do Brasil. Um 16º prefeito que seria preso viajou com a família para a Europa e está foragido
Uma investigação do Ministério Público revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história de Santa Catarina. Até agora, 15 prefeitos do estado já foram presos pela PF e pelo Gaeco. Todos eles fizeram campanha para Jair Bolsonaro (PL).
A operação começou no ano passado, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Na 1ª fase, em 6 de dezembro de 2022, quatro prefeitos foram detidos.
Já na 2ª fase, em 2 de fevereiro de 2023, dois prefeitos foram presos. Na 3ª fase, o prefeito de Tubarão teve o mandado de prisão preventiva cumprido junto com o vice. Na 4ª fase, na quinta, foram presos oito chefes do executivo municipal.
O prefeito Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim, seria o 16º preso na operação, mas ele é considerado foragido. Ele está na Europa, em viagem familiar, segundo a prefeitura.
Veja quem são os presos até agora:
Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo;
Marlon Neuber (PL), de Itapoá;
Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva;
Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
Joares Ponticelli (PP), de Tubarão;
Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo
Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras
Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages, que agora está em prisão domiciliar;
Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá;
Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba;
Adriano Poffo (MDB), de Ibirama;
Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava;
Felipe Voigt (MDB), Schroeder
Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí.
O prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi solto mediante ao uso de tornozeleira eletrônica por causa de problemas de saúde. O restante dos políticos permanece preso.
O esquema de corrupção
Segundo as investigações comandadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), uma empresa catarinense seria a responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações em diferentes municípios.
O epicentro da investigação é a empresa Serrana Engenharia, que atua na área de engenharia sanitária e ambiental em Joinville, no Norte de Santa Catarina.
Um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina, confirme os investigadores. Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos.
Santa Catarina é um dos estados mais bolsonaristas do Brasil e ganhou destaque na imprensa nacional nas últimas semanas por conta da ascensão de células neonazistas identificadas na região. Agora, o estado também fica marcado pelo maior esquema de corrupção descoberto no ano.
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