Surfista JP Azevedo já espancou outras mulheres: “Apanhei muito, chorei, quis me matar”
Após a repercussão do vídeo, surfista brasileiro alegou que agrediu a americana na Indonésia porque achou "que ela era um homem". A justificativa, que já era inacreditável, foi completamente desmascarada após diversas mulheres se sentirem encorajadas a relatar o que sofreram nas mãos de JP Azevedo. Depoimentos revelam que o surfista é obcecado por bater em mulher e não vai parar enquanto não for detido
Depois da repercussão da agressão do surfista João Paulo Azevedo contra a norte-americana Sarah Taylor em Bali, na Indonésia, várias ex-namoradas do capixaba vieram a público manifestar o relacionamento abusivo que tiveram com o agressor.
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Carolina Braga foi a primeira a se sentir encorajada para falar. Ela fez uma publicação em uma rede social relatando que já namorou o atleta e parou no hospital após ser agredida por ele. A violência pôs fim ao relacionamento.
“Acordei com aquelas notícias, me senti abalada, me aflorou lembrar de tudo o que aconteceu. Conversei com a minha filha em casa. Senti vontade de escrever sobre isso, de desabafar, relembrando o que eu passei”, disse.
O relato que ela publicou na rede social abrange a agressão e a recuperação. “Eu namorei o JP Azevedo em 2018 e 2019. Terminamos quando ele me agrediu fortemente. Fui parar em um hospital com traumatismo craniano. Foi uma surra muito forte, chorei muito, em quis me matar. Fiquei com tanta vergonha de tudo e principalmente da minha filha que tanto amo. Enfim, acabei me isolando por quase 3 meses em uma pousada no Rio, até saírem as marcas físicas. Mas as do coração… essas ainda duram. Muito difícil tudo isso”, relatou.
Carolina disse que procurou a polícia na época e conseguiu uma medida protetiva. Relatou também que Azevedo chegou a ficar preso por cerca de duas semanas. “Eu me senti até segura com a Maria da Penha. Deram-me medida protetiva”, resumiu sobre o trabalho policial.
Segundo Carolina, Azevedo não a procurou depois de sair da prisão. Ela foi agredida nas costas, no rosto e na cabeça. “A gente tem que ser forte para conseguir ir atrás, para conseguir sair de uma relação dessas. Sei que no momento às vezes é muito difícil. As pessoas em geral não gostam de se expor, sentem vergonha. Saibam que não precisa sentir vergonha”.
A psicóloga Flora Gomes também teve um relacionamento com JP e conta que foi atacada depois de uma discussão. “Estava com as minhas amigas e ele chegou transtornando me ameaçando, pegou uma cadeira e disse que ia me matar. Me levantei fui até ele: ‘Por favor para o que está fazendo’. E aí isso ele pegou voltou três passos. Tinha uma escada, ele subiu a escada pegou um impulso e me deu uma voadora na barriga. Eu voei e bati com a nuca num banco. Pedi a protetiva, claro, porque eu vi que ele era perigoso. E ele não vai parar enquanto não for detido”, relata.
Outra mulher, que preferiu não se identificar, têm medida protetiva contra JP Azevedo. “Tive uma relação com ele durante quase três anos. Lembro de vários momentos que ele atirava coisas, ele chegou a quebrar quatro celulares nesse período todo. Ele me batia, me empurrava, diversas vezes me chutou, me agrediu”.
Após a repercussão dos casos, o patrocinador de João Paulo Azevedo disse que ele não faz mais parte do time e que a marca não compactua com esse tipo de comportamento.
João Paulo Azevedo tem 39 anos, já disputou campeonatos profissionais e vive em Bali desde 2019. Antes de deletar sua rede social, ele publicou um vídeo em que lê uma mensagem sobre o caso: “Eu vi o surfista empurrar o meu amigo, fui perguntar por que ele fez isso quando fui agredido no rosto e revidei. Daí vi que não era um homem e, sim, uma mulher”, justificou.
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