Menina tinha apenas 13 anos na época em que foi violentada. Jornal internacional conta detalhes sórdidos do estupro coletivo e afirma que o exame pericial detectou sêmen de Cuca na vítima
O advogado que representou a vítima de estupro de Cuca e demais jogadores do Grêmio em 1987 afirmou que a menina chegou a tentar o suicídio depois da violência e que ela sofre de depressão e problemas mentais até hoje.
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“Ela tentou tirar a própria vida. Só não me lembro se imediatamente após o estupro ou se um pouco mais tarde”, contou o advogado Willi Egloff. “A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor”, completou.
O crime aconteceu na Suíça, em 1987. Na época, Cuca era jogador do Grêmio e chegou a ser preso ao lado dos colegas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, também atletas. Todos foram acusados de terem estuprado uma menina de apenas 13 anos, durante uma excursão do clube gaúcho na Europa.
Contratado pelo pai da vítima, Willi Egloff é formado pela Universidade de Zurique em 1974. “Cuca foi condenado por violar o art. 181 (coerção) e o art. 191 (fornicação com crianças) do Código Penal Suíço. Desde então, o Código Penal Suíço foi revisado várias vezes. O antigo art. 191 corresponde ao art. 187 (atos sexuais com crianças) do atual Código Penal Suíço. Ele foi condenado a 15 meses de prisão”, detalhou o advogado.
Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não chegaram a cumprir a pena.
Detalhe sórdidos
Uma ampla reportagem do jornal suíço ‘Der Bund’, resgatada pelo perfil Obreiro da Universal (@lenindisse) no Twitter, traz detalhes sórdidos de tudo o que aconteceu naquela época.
A reportagem do Der Bund é de 1989, dois anos após o ocorrido, e começa dizendo que “o tribunal criminal de Berna condenou, ontem, os três jogadores de futebol brasileiros. Alexi (Cuca), Eduardo e Henrique, do Grêmio Porto Alegre. Eles foram condenados por atentado ao pudor e coação. O tribunal condenou o quarto jogador, Fernando, apenas por coação”.
A história relatada pelo jornal atesta que “Cuca, Eduardo, Henrique e Fernando, segundo relatos das testemunhas e vítima, encontraram a criança de 13 anos e mais dois amigos dela em frente ao hotel, as crianças pediram camiseta do Grêmio e logo os atletas disseram que dariam, não ali, mas no quarto. Quando chegaram ao quarto do segundo andar do hotel, os jogadores demonstraram que não queriam saber de dar a prometida camiseta do Grêmio, começaram a assediar diretamente a criança. Segundo os relatos das testemunhas, davam beijos e acariciavam o corpo dela”.
Ainda segundo o jornal suíço Der Bund, “nesse momento, os jogadores expulsam os dois rapazes que acompanhavam a menina, um deles ainda vê um dos jogadores a jogando na cama, trancam a porta do quarto e os dois saem desesperadamente atrás de ajuda. Pediram ajuda a funcionários do hotel, foram ignorados, correram para a rua e abordaram uma pessoa, que logo foi até o quarto do segundo andar e bateu à porta, que não foi aberta. Esse fato durou cerca de 30 minutos. A porta do quarto é aberta, a menina sai vestindo calça e camisa do Grêmio, visivelmente desorientada e abalada. Desconexa, ela relata o que houve para os amigos e vai pra casa pedir ajuda aos pais, que a levam à delegacia”.
No depoimento ao delegado – prossegue a reportagem – ela relata ter sido abusada por Alexi (Cuca), Henrique e Eduardo. Enquanto Fernando ajudou os outros três, arrancando sua calça e abrindo suas pernas para que houvesse a consumação carnal. Na mesma noite, os quatro foram presos.
O jornal relembra que, no primeiro interrogatório, os acusados negaram tudo, dizendo que sequer encostaram na menina. “Dias depois, num novo depoimento, com exceção de Fernando, os jogadores assumiram a relação e disseram haver consentimento: ‘Ela se divertiu com tudo’ e ‘essa menina não é normal”, disseram.
No exame pericial feito na menina de 13 anos, foram encontrados esperma de Cuca e Eduardo. A vítima relata que ficou paralisada e em estado de choque durante o ato. Por isso, não conseguiu gritar ou se desvencilhar.
“É correto que o sêmen de Alexi Stival foi encontrado no corpo da garota. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna”, confirma o advogado Willi Egloff.
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