Nicarágua: Todas as pessoas sobreviveram à queda do ônibus, mas acabaram mortas após serem atacadas por abelhas africanizadas
Um acidente com ônibus deixou seis mortos, entre eles uma menina de oito anos, após o veículo cair em um abismo de 50 metros onde havia um enxame de abelhas-africanas, em San Sebastián de Yalí, cidade na Nicarágua.
As vítimas fatais não morreram em decorrência da queda, mas porque foram picadas pelos insetos. As abelhas-africanizadas são altamente perigosas e muito mais agressivas do que as abelhas comuns.
Segundo informações da rádio local La Nueva Radio Ya, havia 60 passageiros a bordo na hora do acidente, que ocorreu na segunda-feira (8). Do total de pessoas, 45 foram picadas. Um menino de quatro anos e uma idosa de 84 anos continuam internados em estado grave por conta das picadas.
O resgate dos sobreviventes foi dificultado por conta da agressividade das abelhas. As vítimas foram socorridas por moradores da região, bombeiros e equipes de emergência, e levadas a um hospital da cidade. Quatro delas morreram minutos após darem entrada na unidade. À tarde, faleceram outras duas passageiras atacadas pelas abelhas.
As vítimas foram identificadas como Eneyda Torrez Zelaya, de 47 anos; sua filha Andrea Carolina García Torrez, de 8; Dilcia Flores Amparo, de 32; Santos Arnulfo Calderón Castellón, de 24; Reyna Isabel Olivas Montalván, de 84; e Kenia Jazmin Soza Bonilla, de 19.
Relatos extraoficiais obtidos pela imprensa local apontam que o acidente teria sido provocado quando o motorista, de 22 anos, perdeu o controle do ônibus devido a supostos problemas mecânicos. Não há informações sobre o estado de saúde dele.
Abelhas assassinas
No Brasil, as abelhas africanas foram importadas a fim de aumentar a produção de mel no país, em 1956. No entanto, no ano seguinte muitas delas escaparam de um apiário e começaram a procriar com abelhas europeias. Desde então, a nova espécie híbrida se espalhou por toda a América do Sul e chegou à América do Norte em 1985. Várias colmeias da espécie foram encontradas no sul do estado americano do Texas em 1990.
De acordo com o centro de pesquisas ‘Smithsonian’, essas abelhas cruzadas são consideradas muito mais perigosas que as comuns. Isso porque as abelhas monorraciais reagem a perturbações 10 vezes mais devagar e podem picar até 10 vezes menos que as africanizadas cruzadas.
Nos anos 1970 houve um alarmismo diante da proliferação das abelhas africanizadas. As africanizadas ficaram conhecidas como “abelhas assassinas” e protagonizaram filmes sensacionalistas de Hollywood. Até hoje o termo killer-bee é usado neste sentido.
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