Em se tratando da “descoberta da América” no dia 12 de outubro de 1492, devemos trazer o que nos mostra o historiador mexicano, Federico Navarrete, que pensar no termo Descoberta, é simplesmente excluir o fato de que existiam civilizações altamente tecnológicas na América e valorizar apenas os achados do europeu, como se antes de estar nos mapas europeus a América não existisse.
Com o pensamento de descoberta e de que a América foi algo muito importante para a idade moderna, o rei Alfonso XII instituiu o “Día de la hispanidad” para comemorar o dia da descoberta da América no dia 12 de Outubro, o que foi depois reafirmado pelo ditador Franscisco Franco. Em 2014 afirmando ainda mais o fato de se comemorar um genocidio índigena a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu como o dia de se comemorar a língua espanhola. Ou seja, o dia em que houve uma exploração da região hoje conhecida como América, para o mundo é o dia de comemoração e festividades.
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“Un día como hoy pero de 1492. Los Nativos de nuestro continente descubrieron: Que eran indios; Que vivían en América; Que estaban desnudos; Que debían obediencia a un rey y una reina de otro mundo; Que había un dios y un cielo”
Eduardo Galeano
Periodista
Para ir na contramão de tudo que os europeus criaram, a América Latina, iniciando pelo México, criaram o “día de la raza” ou “día de la resistencia indígena” que é no mesmo 12 de Outubro, mas reconhece as lutas das diversas etinias indígenas da América para se manter vivas após a desctruição e matança dos europeus na região. Além de ser um dia de se valorizar e reconhecer a luta que os pré-colombianos tem até hoje para terem reconhecidas suas identidades dentro dos diversos países latino-americanos.
Assim, neste dia em toda a América Latina, podemos ver manifeztações com o próposito de reconhecer as diversas sociedades e povos originários, que foram massacrados e não só violentamente com guerras da conquista, mas também, que são até hoje e por isso o Brasil criou o Ministério dos Povos Indigenas e a Bolivía se tornou o primeiro país plurinacional da América, para reconhecer estes povos como parte das nações independentes e não mais serem vistos de forma pejorativa, como eram, por exemplo, até pouco tempo pelo governo de Jair Messias Bolsonaro (PL).
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e cursando licenciatura em Letras Português/Espanhol.