Históricamente confuso, sempre foi o Paraguai, que em seus anos de governo de esquerda, não teve nenhum apoio dos governos latino-americanos da época, tendo até que resolver sozinho o problema, quando Fernando Lugo sofreu o golpe, a então presidenta brasileira, Dilma Rousseff (PT), não quis nem entender o que houve e suspendeu o país do MERCOSUL com tal de que se resolvesse o ocorrido.
Desde então, governos como o de Horacio Cartes ou Mario Abdo Benítez tomaram o poder e tiveram finalmente governos estáveis no país.
Se tratando das eleições deste ano, houve o aparecimento, (como está ocorrendo em todos os países da América Latina), de uma extrema direita violenta, que com o candidato “Payo” Cubas prometia seguir o mesmo estilo político dos quatro anos bolsonaristas do governo brasileiro. Cubas, segundo o jornal El Observador, é admirador do presidente salvadorenho Nayib Bukele e homofóbico, sendo até mesmo chamado de “Bolsonaro paraguaio” e o que assusta e surpreende ao mesmo tempo, é que ele obteve 23% dos votos.
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Mesmo com uma amplia vantagem do direitista apoiado pela centro-esquerda paraguaia, Efraín Alegre, não conseguiu superar o poder do Partido Colorado no país e perdeu por uma amplia diferença no primeiro turno pelo candidato Santiago Peña, que mantem a hegêmonia do partido de direita como um partido único no poder do país, mesmo com uma multipolarização de partidos, este, desde Cartes, se vê diante do poder.
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e cursando licenciatura em Letras Português/Espanhol.