O início da crise que passa o Equador, não é de agora, é um processo que vem sendo preparado a passos curtos, iniciando com os dezoito dia de protestos devido ao aumento dos combustíveis do país, que foi quando o presidente Guillermo Lasso deu sua primeira declaração de que o povo equatoriano e as organizações indígenas lideradas por Leonidas Iza estavam tentando desestabilizar o governo.
Está narrativa já tinha sido alterada com as declarações de Leonidas Iza de que não tinham o interesse de desestabilizar o governo, só pedir o que estava no interesse do país, que no caso, era a luta pela carestia, pois o Equador é um país petroleiro e com o aumento da gasolina, ocorre o efeito cascata, aumentando todos os outros valores do país, principalmente dos alimentos.
Felizmente, esse processo foi finalizado com a intervenção do episcopado equatoriano, que fez com que as partes chegassem a um concesso e assinassem um acordo.
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No final do ano de 2022 o presidente, Guillermo Lasso perdeu em todos os tópicos de um plebiscito que havia apresentado ao povo equatoriano e quase como de encontro no início de 2023 o correísmo, (vertente que apoia e segue as ideias do ex-presidente Rafael Correa), ganhou em um total surpreendente no país, tendo as prefeituras das principais cidades, Guayaquil e Quito.
Como se não bastasse, algumas investigações que estavam vindo a público incluíam a conhecidos do presidente, que por isso, começou a ser investigado, não só pela polícia ou órgãos da justiça, mas pelo Congresso Nacional, que em sua maioria era opositores a ele. A investigação iniciou um processo de impeachment ao presidente, por peculato, quando a pessoa sabe do que está ocorrendo, mas não denúncia.
Lasso nem deixou o processo iniciar e com a mesma desculpa do início de que há forças querendo desestabilizar o seu governo, ele destituiu o Congresso Nacional, deixando todo o poder em suas mãos.
O Conselho Nacional de Eleições rapidamente apresentou que haverá eleições gerais para o Congresso Nacional e para presidente em agosto de 2023, já se preparando para qualquer decreto que possa realizar o presidente, devido a sua baixa popularidade e rejeição que já vinham sendo estabelecidas desde o início de seu mandato.
Agora devemos estar de olho nas novas eleições, que tudo indica que novamente o correísmo será o grande vencedor, tendo em vista todo o contexto apresentado na conjuntura política equatoriana.
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e cursando licenciatura em Letras Português/Espanhol.