Daiane de Oliveira foi agredida por pelo menos dois homens na porta de uma boate e abandonada ferida no meio da rua em Cascavel, no Paraná. Instantes depois, ela foi atropelada por um carro e morreu. Policial envolvido no espancamento foi afastado das suas funções. Pai desabafa: "Ela saiu para se divertir e matam ela? Tiraram a vida da nossa filha e a nossa também"
Daiane de Jesus Oliveira, de 28 anos, morreu após ser espancada por pelo menos dois homens e abandonada no meio da rua na madrugada do último domingo (28). Ela morava com a mãe em Tupãssi (PR) e o crime ocorreu em Cascavel (PR), cidade onde a vítima estava a passeio desde a última terça-feira (23).
Segundo a família, a jovem tinha problemas psicológicos e aguardava no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a realização de uma perícia para receber pensão por invalidez. Ela não tinha filhos.
O crime
Imagens de uma câmera de monitoramento mostram que a morte aconteceu dois minutos depois de a vítima ser espancada por seguranças da boate Moonlight. Após ser agredida, ela ficou deitada na rua e acabou atropelada.
Daiane foi arrastada por 70 metros por um carro em alta velocidade após ser deixada jogada no meio da pista. Um policial penal suspeito de ser um dos agressores foi afastado de suas funções. O nome dele não foi divulgado.
As primeiras imagens, às 4h32, mostram Daiane de Jesus Oliveira sentada em frente à boate. Um homem a empurra e aponta a luz de uma lanterna no rosto dela.
Em seguida, o homem chuta uma garrafa que estava com Daiane e, em resposta, ela o agarra pelas costas. Ele dá um soco nela e duas pessoas com uniforme de segurança aparecem.
Um deles entra no meio da briga, e o homem que começou as agressões a empurra. Ela cai no chão e fica deitada no meio da rua. Um motociclista passa pelo local e desvia da mulher.
Cinco pessoas que estavam na boate saem e veem um carro em alta velocidade indo em direção a Daiane. Eles fazem sinal para o motorista parar, mas ele acelera, passa ao lado do grupo e por cima de Daiane.
Família pede Justiça
O padrasto de Daiane falou sobre a perda da filha. “É justo um pai ver todas essas imagens? Ela saiu para se divertir e matam ela? Muita dor, não tem o que tire essa dor […] será até o fim de nossas vidas. Eles tiraram a vida da nossa filha e a nossa também, tiraram o direito da gente viver”, afirmou o pai.
Emocionado o pai contou que a filha nunca se envolveu em confusões e que, como todos os jovens da idade dela, havia saído para se divertir. Ele criticou a atuação dos guardas e afirmou que a abordagem à jovem poderia ter sido diferente.
“Ela saiu, como qualquer pessoas solteira na idade dela. […] Por sair, se divertir, ela chega numa casa noturna lá, não é aceita e ser chutada numa calçada por seguranças […] O jeito que eles trataram minha menina, não dá para ser segurança. […] Imobilizassem ela, chamassem a polícia, tem lei, procura a família”, disse ele.
“Trabalhador como eu sou, não ter direito de viver na sociedade, nem ter um filho para viver na sociedade. A gente não é bandido, é trabalhador. Que a justiça, que seja feita”, afirmou.
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