No início da semana, deputado bolsonarista admitiu que "deveria estar preso" por ter colaborado com os atos golpistas de 8 de janeiro. O parlamentar se acovardou após a repercussão de sua fala e enviou uma petição para Alexandre de Moraes pedindo para não ser preso
O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) enviou ontem uma petição ao ministro do STF Alexandre de Moraes pedindo para não ser preso.
Na última terça-feira (6), Ribeiro afirmou que “deveria estar preso” por ter colaborado com os atos golpistas de 8 de janeiro. O advogado Demóstenes Torres, que representa o parlamentar, mandou o documento ao STF.
A ação da defesa ocorreu pelo risco de a Polícia Federal pedir a prisão de Ribeiro ao STF. Demóstones elaborou a petição após o colunista Lauro Jardim, de O Globo, ter publicado que a PF encaminharia ao Supremo o pedido de prisão do deputado.
A medida da PF, segundo O Globo, seria uma consequência da declaração dada por Ribeiro nessa semana, de que teria auxiliado atos golpistas inclusive com dinheiro.
Na petição que pede a rejeição de um “eventual pedido de prisão”, Demóstenes afirma que as falas foram retiradas de contexto. E que o deputado considera “vândalos, bandidos e delinquentes” quem participou dos atos de 8 de janeiro.
ENTENDA O CASO
Ribeiro afirmou que ajudou a bancar quem estava no acampamento golpista, durante pronunciamento feito na Assembleia Legislativa de Goiás.
A fala foi uma resposta ao deputado Mauro Rubem (PT-GO), que questionou o financiamento dos atos golpistas. “Respondendo a sua pergunta, o dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação, que defende esse país e que não concorda com esse governo corrupto e bandido.”
Ribeiro também defendeu um militar preso pela Polícia Federal. Benito Franco, militar da ativa da PM-GO e ex-comandante da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana), foi detido no dia 19 de abril durante um desdobramento da Operação Lesa Pátria da PF.
A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista”.
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