Bilionário está entre os passageiros de submarino que desapareceu em visita ao Titanic
Bilionário fez publicação nas redes sociais antes do embarque. Os destroços do Titanic estão a 3.800 metros de profundidade e uma vaga para integrar expedição no submarino custa R$ 1,2 milhão. Especialistas dizem que "estoque de oxigênio dura entre 70 e 96 horas"
com informações da BBC
Uma grande operação de buscas está em andamento no meio do Oceano Atlântico depois que um submarino usado para levar turistas até os destroços do Titanic desapareceu, no domingo (18).
O submarino partiu com cinco pessoas a bordo e, segundo a guarda costeira dos Estados Unidos, perdeu o contato 1h45 depois do início de sua descida ao fundo do mar.
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A empresa responsável pelo passeio, a OceanGate, afirmou que todas as ações para localizar o submarino estão sendo exploradas. As operações têm como base a cidade de Boston, nos EUA.
Os destroços do Titanic estão 3.800 metros abaixo da superfície no fundo do Atlântico. O local fica a cerca de 600 km da costa de Newfoundland, no Canadá.
Do tamanho de um caminhão, o modelo do submarino que desapareceu geralmente carrega um suprimento emergencial com oxigênio para cerca de quatro dias.
“Prevemos que há algo entre 70 e 96 horas [de oxigênio] disponíveis neste momento”, afirmou John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA, em entrevista coletiva na segunda-feira (19) à tarde.
Mauger acrescentou que a área onde estão ocorrendo as buscas é bastante remota, o que dificulta a situação.
Hamish Harding, um bilionário empresário e explorador britânico de 58 anos, está entre os tripulantes do submarino, segundo sua própria família.
Ele anunciou em junho do ano passado que iria se juntar ao grupo que planejava avistar o Titanic naufragado.
No último fim de semana, o empresário postou nas redes sociais que estava “orgulhoso de finalmente anunciar” que estaria a bordo da visita aos destroços do Titanic — mas acrescentou que, por conta do “pior inverno em Newfoundland em 40 anos”, a missão seria “provavelmente a primeira e única missão tripulada ao Titanic em 2023”.
“Uma janela meteorológica acaba de se abrir e vamos tentar um mergulho amanhã”, comemorou.
Harding é presidente da Action Aviation, uma empresa internacional de vendas e operações no setor de aviação executiva, com sede em Dubai, Emirados Árabes Unidos. Em 2022, o britânico participou de um voo comercial da Blue Origin, a empresa espacial de Jeff Bezos.
Mais de R$ 1 milhão
A OceanGate cobra US$ 250.000 (R$ 1.194.625) por uma vaga em suas expedições de oito dias para ver os destroços do Titanic.
O submarino pode acomodar cinco pessoas, diz a empresa, o que geralmente inclui um piloto, três convidados pagantes e o que chama de “especialista em conteúdo”. Um mergulho completo até o naufrágio, incluindo a descida e a subida, leva oito horas.
A OceanGate afirmou que está “explorando e mobilizando todas as opções” para trazer a tripulação de volta com segurança. “Todo o nosso foco está nos tripulantes do submersível e suas famílias”, disse a empresa em um comunicado.
A nota também diz que a empresa recebeu “extensa assistência” de “várias agências governamentais e empresas de águas profundas” em seus esforços para restabelecer o contato com o submarino. O site da empresa diz que havia mais duas expedições para o Titanic planejadas para junho de 2024.
O Titanic, que era o maior navio de sua época, atingiu um iceberg em sua viagem inaugural de Southampton a Nova York em 1912. Dos 2.200 passageiros e tripulantes a bordo do transatlântico, mais de 1.500 morreram. O Titanic foi extensamente explorado desde que o local do naufrágio foi descoberto em 1985.
“Parecia amador”
A CBS enviou um de seus repórteres em uma viagem com a mesma empresa no ano passado para ver os destroços do Titanic.
David Pogue embarcou no submersível Titan, operado pela OceanGate, que agora é o foco de um esforço de busca e salvamento no Atlântico Norte.
Em seu relatório do ano passado, Pogue lê o que parece ser uma renúncia que descreve o submarino como uma embarcação “experimental”, “que não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e pode resultar em lesões físicas, incapacidade, trauma emocional ou morte”.
O CEO da OceanGate, Stockton Rush, então faz um tour pelo submarino, onde ele revela que a embarcação tem apenas um botão e é operada usando um controlador de videogame.
Quando David Pogue o questiona sobre a natureza “improvisada” de alguns componentes, Rush diz que a empresa trabalhou com a Nasa e a Boeing para garantir a segurança do vaso de pressão – a parte mais importante do submarino. “Todo o resto pode falhar. Seus propulsores podem ir, suas luzes podem ir – você ainda estará seguro.
Quando Pogue tentou descer no submarino, tiveram que cancelar a viagem apenas 10 metros abaixo da superfície, após um problema com alguns equipamentos em uma plataforma ligada ao submarino.
Uma tentativa posterior de chegar ao fundo do oceano no sexto dia de viagem também foi cancelada. Pogue finalmente alcançou os destroços do Titanic no último dia da viagem.
Corrida contra o tempo
A operação de busca, realizada por equipes dos EUA e Canadá seguiu noite adentro, mas até agora não há sinal da embarcação.
Além da Marinha canadense e americana, agências governamentais e empresas comerciais especializadas em águas profundas estão ajudando na operação para encontrar o submersível.
O empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman, também participam da expedição, conforme informou a família em comunicado.
Acredita-se que outro passageiro seja o explorador francês Paul-Henry Nargeolet, de acordo com uma postagem de Harding no Facebook antes do início da expedição. Ele é considerado o maior estudioso do Titanic.
Além disso, está sendo amplamente noticiado que Stockton Rush, executivo-chefe da OceanGate —a empresa por trás da expedição — também está a bordo do submersível.
“No momento, nosso foco é obter o máximo possível de recursos na área”, disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA, em entrevista coletiva.
Um veículo submersível é diferente de um submarino. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), um submarino pode se lançar no oceano a partir de um porto de forma independente, enquanto um submersível tem reservas de energia bastante limitadas, por isso precisa de um navio-mãe que possa lançá-lo e recuperá-lo.
O contra-almirante Mauger observou que a área em que a busca está sendo realizada é “remota”, o que dificulta as operações.
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Alem disso, existe o fato de que se perde rapidamente a visibilidade abaixo da superfície da água, uma vez que a luz do Sol não consegue penetrar tão fundo.