Estudante de filosofia tentou parar um criminoso que esfaqueou 4 crianças um parquinho na França. Uma das vítimas estava em um carrinho de bebê
Leonardo Meireles, Metrópoles
Das seis vítimas esfaqueadas, na quinta-feira (8), na cidade de Annecy, na França, duas continuam em estado grave. Quatro crianças e dois adultos foram atingidos por um homem de 31 anos, identificado como um sírio em busca de cidadania no país. O resultado poderia ser pior, não fosse a ação de um jovem de 24 anos que está sendo chamado de o “herói da mochila”. Ele usou uma bolsa para interromper o ataque em um parque local.
Vídeos, agora removidos da internet, mostraram como Henri d’Anselme se aproximou do suspeito e usou uma de suas mochilas para fazer com que ele parasse o ataque. Ele conseguiu tirar a faca do homem e o afastou do parque.
“Era impossível deixar as pessoas serem atacadas por alguém que parecia ser um louco furioso. Ele tentou me atacar, em certo momento. Nossos olhares se cruzaram e eu percebi que era alguém que não estava em nenhum estado normal”, contou Henri a uma TV francesa, dizendo que não ligou para a própria segurança. “Eu nem pensei nisso. O cérebro desligou”.
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O rapaz de 24 anos é cristão devoto e ex-líder escoteiro, segundo contou à CNews. Aliás, segundo outras várias entrevistas que ele deu desde o dia do ataque, ele está há nove meses em um passeio a pé pelas principais catedrais francesas.
E por que esse jovem, formado em filosofia e gestão internacional, já percorreu mais de 1.300 km, seja andando, seja de carona? Por que visitou 24 catedrais, como Arles, Avignon, Nîmes, Béziers, Agde e Grenoble? Por causa da fé e da busca pela explicação da religião no país. “Por que nossos ancestrais se esforçaram tanto para construir essas joias [e] o que isso diz sobre nosso país hoje e as lições que podemos aprender com isso?”, apontou Henri.
Ação com a mochila
E assim, Henri foi parar em Annecy, na fronteira com a Suíça. Lá, estava tirando fotos de um belo lago da cidade, ao lado de um parquinho cheio de crianças com babás e idosos, quando ouviu gritos. Viu o homem com a faca e correu na direção dele. Com a mochila, bateu no agressor e também a usou para se defender. “Tentei correr com a mochila de 20 kg nas costas, mas vi que ele estava fugindo. Aí, larguei a mochila e comecei a segui-lo com uma menor”, lembra.
“Muitas pessoas me chamam de herói nacional, mas, na verdade, eu fiz o que qualquer outro francês teria feito. Eu só estava lá, e talvez devesse estar. Todo mundo é capaz de fazer algo semelhante”, garante.
Em suas redes sociais, ele agradeceu os elogios. “Obrigado por todas as mensagens de apoio! Meus pensamentos vão especialmente para as vítimas e seus pais. Espero que eles superem isso”, escreveu.
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