O suicídio como uma característica do conflito na sociedade
Danilo Espindola Catalano*
Quando pensamos uma sociedade, não podemos de deixar de considerar que existem dois fatores principais, as questões individuais e as de grupo, que fazem com que haja relações entre estes indivíduos e os tornem seres sociais.
Destro da definição de Georg Simmel considera como o conflito, sendo algo importante para se considerar as relações sociais, pois uma sociedade em que não haja relações conflituosas e que possa ser totalmente perfeita, é algo irreal, é importante que haja conflitos dentro delas para poder caracterizá-las.
Seria pensarmos, que, por exemplo, a sociedade brasileira tem a sua característica diferenciada a boliviana, por se tratarem diferentemente o racismo, em que sua forma se realiza de diferente, sendo na Bolívia mais voltado aos indígenas no Brasil mais referente aos negros, por serem povos de maior densidade existencial dentro destas diferentes sociedades, por mais que o golpe de 2019 na Bolívia e o de 2016 no Brasil tenham tido características semelhantes no sentido de uma exorbitante religiosidade e exacerbado racismo, dando sentido superior à população “branca” destes países.
Leia aqui todos os textos de Danilo Espindola Catalano
Mas indo além e considerando a análise que Émile Durkheim faz sobre o suicídio para entender como este conflito da sociedade pode ser usado para entender a sociedade europeia da sua época.
O suicídio por suas características, sejam elas no sentido de uma mãe que coloca sua vida à frente da de seu filho, para defendê-lo de violências, até em se tratando do resultado de uma depressão e ansiedade que se caracterizam pelo fim da vida, elas são em suma, características de uma sociedade conflituosa, pois uma sociedade perfeita, não teria nenhum tipo de suicídio, pensando em uma civilização distópica e “perfeita”.
Para entendermos as sociedades, seria melhor reconhecermos os seus “defeitos”, os conflitos entre os seres que as compõe, pois cada uma terá uma consciência e uma forma de reagir, mesmo que sejam características iguais, como se pensarmos, no suicídio, existem suicídios em muitos países, mas o da sociedade norte-americana, se for estudado, terá uma distinção do suicídio da sociedade brasileira, por conta de terem vivencias distintas, culturas distintas, os indivíduos que se relacionam são distintos.
Por mais que estejamos pensando no grupo social (sociedade), não podemos deixar de considerar, que este grupo só existe por conta de pequenos indivíduos que se interagem e essa interação pode ser pacífica ou conflituosa.
Assim como os exemplos anteriores, as sociedades têm como uma de suas características os conflitos, mas estes conflitos não são algo negativo, mas algo necessário e importante para a convivência entre os indivíduos de determinadas sociedades.
Portanto, podemos concluir, pensando em características conflituosas como o suicídio e o racismo, como relações sociais que seriam vistas como problemas para as sociedades, mas que nesse sentido, para o estudo social, elas são características importantes para se entender diferentes sociedades, pois são as formas pelas quais os indivíduos de cada grupo às estabelecem, que rege a estrutura social de cada uma das sociedades estudadas pelo sociólogo.
Referências
DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2000. (Prefácios, introdução e capítulos I, II, IV e V do livro II), pp. IXX-XX; 1-7; 9-26; 165-175; 177- 203.
SIMMEL, Georg. “A Natureza Sociológica do conflito”. In: MORAES FILHO, Evaristo (org.). Simmel: Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1983, pp.122-134.
*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduado em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, Especialista em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil e cursando licenciatura em Letras Português/Espanhol.