Uma das suspeitas é que a invasão da terra produtiva tenha sido planejada para tentar incriminar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST), que neste momento é alvo de uma CPI no Congresso Nacional comandada pela extrema-direita
Doze pessoas foram presas ao tentar invadir uma fazenda, localizada a 70 km de Ribeirão Cascalheira, Região do Araguaia (700 km de Cuiabá), no último final de semana.
O que levantou suspeitas na polícia foi a “megaestrutura” que os 9 homens e 3 mulheres tinham, além da insistência em tentar invadir, pela quarta vez seguida, áreas produtivas e numa mesma região. Dois PMs faziam parte do bando e foram presos.
Com os presos, a polícia apreendeu armas, munições, uma carreta, um carro de passeio e dois contêineres refrigerados que seriam utilizados como alojamento, além de farto material de construção que seria empregado na construção das moradias dos “sem terra”.
A invasão foi frustrada por forças policiais militares e civis dos municípios de Água Boa, Canarana, Ribeirão Cascalheira e Nova Xavantina mobilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Uma das suspeitas é de que esta invasão na região do Araguaia tenha como objetivo tentar incriminar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST) — alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta na quarta-feira (17.05) na Câmara Federal, em Brasília.
O relator da CPI é o deputado Ricardo Salles (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro. O presidente é o deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), o primeiro vice-presidente é o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o segundo vice-presidente o delegado Fábio Costa (PP-AL).
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Segundo o secretário de Segurança Pública do Mato Grosso, César Roveri, que acompanhou a ação dos policiais, o governador Mauro Mendes determinou “tolerância zero contra as invasões de terras”.
“Não iremos permitir nenhum tipo de crime em nosso Estado”, afirmou Roveri, reconhecendo que os invasores não pareciam ser “sem terras”, mas criminosos fazendo uma ação coordenada e com um financiamento milionário. “Os criminosos estavam com carreta e contêineres, o que mostra que não eram simples invasores, mas sim, pessoas com recursos”.