Economia

Agência de risco Fitch aumenta nota de crédito do Brasil após melhora na economia

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Agência Fitch tinha rebaixado nota do Brasil há 4 anos e foi a primeira a rever seu posicionamento. A nota de crédito de um país é uma análise de agências sobre a capacidade de uma nação de cumprir seus compromissos financeiros. Países com melhor nota de crédito têm o que economistas chamam de “grau de investimento”

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Brasil de Fato

A agência de classificação de risco Fitch aumentou nesta quarta-feira (26) sua nota de crédito do Brasil de BB- para BB. A mudança tem relação com a melhora da economia e do desempenho fiscal do governo.

Em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a Fitch havia rebaixado a nota do país de BB para BB-. Agora, ela é a primeira das grandes agências de risco do mundo a rever seu posicionamento e melhorar a avaliação nacional.

A nota de crédito de um país é uma análise de agências sobre a capacidade de uma nação de cumprir seus compromissos financeiros. Geralmente, ela varia de A a D, sendo A os países bons pagadores e D os países com maior risco de um eventual calote.

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Países com melhor nota de crédito têm o que economistas chamam de “grau de investimento”. Isso atesta a capacidade de pagamento de compromissos. Também aumenta a atratividade de investimentos estrangeiros.

Em junho, a agência S&P Global alterou a perspectiva da nota de crédito, indicando uma melhora. A nota, em si, não foi alterada. Hoje, o Brasil ainda não tem “grau de investimento”. Durante os governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou a obtê-lo e o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), quer recuperá-lo.

“Para um país do tamanho do Brasil, não tem sentido não ter grau de investimento. Fico feliz de, em seis meses de trabalho, a gente já ter conseguido sinalizar ao mundo que o Brasil é o país das oportunidades”, afirmou Haddad.

A Fitch citou que a melhoria na nota do Brasil está relacionada à reforma da Previdência e à autonomia do Banco Central, aprovadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Citou também o novo arcabouço fiscal e a Reforma Tributária, projetos que estão em fase avançada de tramitação e têm apoio do governo Lula.

Leia também: Reforma Tributária: Bolsonaristas votaram contra zerar impostos da cesta básica

Haddad disse que a melhoria é resultado de um trabalho conjunto do governo e do Congresso Nacional. Agradeceu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela colaboração.

“Eu reputo esses resultados à harmonia entre os poderes. Sempre salientei que a chamada crise econômica que o Brasil passa é um desdobramento de uma crise política. E, se nós acertarmos o passo na política, no diálogo, na construção, vamos superar essa situação e voltar a crescer”, disse.

Lira comemorou a nova nota: “A decisão da agência de classificação de risco Fitch de elevar a nota de crédito do Brasil para “BB” é uma importante conquista.”

FMI e o PIB

Também nesta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou uma nova expectativa para o crescimento da economia brasileira em 2023. O fundo, que previa um aumento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional neste ano – expectativa que vinha sendo contestada por Lula –, agora prevê alta de 2,1%.

“A razão para a melhora no cenário é o aumento da produção agrícola apesar da queda na produção de manufatura e serviços”, explicou Petya Koeva Brooks, diretor do departamento de pesquisa do FMI, sobre a revisão.

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