Leslie Van Houten, hoje com 73 anos, tinha 19 quando se juntou à "família Manson”. Na decisão que a colocou em liberdade, a juíza afirmou que ela "tem apresentado esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, apoio da família e amigos"
Conhecida como “a primeira assassina da família Manson”, Leslie Van Houten deixou a prisão na Califórnia nesta terça-feira (11), depois de cumprir mais de 50 anos de pena por sua participação em dois assassinatos.
Leslie “foi liberada para supervisão de liberdade condicional”, disse o Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia, em um comunicado. “Ela ainda está tentando se acostumar com a ideia de que isso é real”, afirmou sua advogada à agência de notícias Associated Press.
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Leslie Van Houten, hoje com 73 anos, tinha 19 quando se juntou à “família Manson”, uma seita liderada pelo criminoso Charles Manson. Ela era a mais nova do grupo.
A “família Manson” foi um grupo liderado por Charles Manson, nos anos 1960, nos Estados Unidos. Manson exercia uma influência manipuladora sobre seus seguidores, a quem ele chamava de “família”. Eles se envolveram em uma série de crimes e assassinatos motivados por uma mistura de ideias distorcidas, como uma suposta “guerra racial” e uma visão apocalíptica do mundo.
Leslie foi julgada pela primeira vez em 1971 por um assassinato cometido em agosto de 1969. Na Justiça, ela contou que esfaqueou cerca de 15 vezes a barriga de Rosemary LaBianca, uma mulher de 38 anos, limpou suas digitais de objetos que poderiam incriminá-la e queimou as próprias roupas depois dos crimes. Ela também disse que pegou queijo e leite achocolatado da geladeira de Rosemary e do marido dela, que também foi assassinado, antes de sair da casa dos dois.
Na noite anterior ao assassinato do casal Labianca, a “família” Manson tinha invadido a casa do diretor de filmes Roman Polanski. O cineasta não estava em casa, mas a mulher dele, Sharon Tate, de 26 anos, grávida de 8 meses, e quatro amigos estavam no local e foram assassinados.
Condenada à prisão perpétua, agora, após 53 anos presa, se tornou a primeira mulher da “família” a deixar a prisão e passa a cumprir a pena em liberdade condicional. Em 1985, um homem que fazia parte do grupo criminoso deixou a prisão.
A juíza Helen I. Bendix, da Justiça da Califórnia, disse em sua decisão que “Van Houten tem apresentado esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio da família e amigos, relatórios institucionais favoráveis”.
Leslie já disse que se arrependeu por participar dos assassinatos. Segundo ela, na época dos crimes ela estava com problemas mentais que eram agravados pelo uso de LSD e que ela acreditava que Charles Manson era Jesus Cristo.
Morto na prisão em 2017, Charles Manson é um dos criminosos americanos mais notórios de todos os tempos. Em 1971, foi condenado à pena de morte, mas a sentença foi posteriormente comutada para prisão perpétua, junto com quatro de seus seguidores pelo sangrento massacre de agosto de 1969, no qual sete pessoas morreram.
Apresentado durante seu julgamento como um louco solitário com impressionantes poderes de persuasão, Manson ordenou que seus seguidores matassem aleatoriamente habitantes de bairros brancos e elegantes de Los Angeles, na esperança de iniciar uma guerra racial – na qual ele achava que os brancos sairiam vitoriosos.
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