Laudos periciais e toxicológicos revelam que óbitos tiveram como causa a intoxicação por monóxido de carbono devido ao uso inadequado de lareira em ambiente fechado. Dono da pousada vai responder por homicídio culposo
A Polícia Civil de Minas Gerais conclui, nesta sexta-feira (7), inquérito policial que apurou a morte de um casal hospedado em um chalé no distrito de Monte Verde, município de Camanducaia.
O fato ocorreu no último dia 24 de junho. As vítimas, Walther Reis Cleto Junior, de 51 anos, e Alessandra Aparecida Campos Reis Cleto, de 49, foram ao local para curtir o final de semana.
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De acordo com laudos periciais e toxicológico, os óbitos tiveram como causa a intoxicação por monóxido de carbono devido ao uso inadequado da lareira em ambiente fechado. O casal deixou três filhas.
Segundo a Polícia Civil, o proprietário do chalé, um empresário de 45 anos, vai responder por homicídio culposo por negligenciar e não instruir os hóspedes acerca do uso correto da lareira.
O quarto em que o casal ficou hospedado já foi usado por mais de 100 casais, de acordo com a polícia. Inclusive, o próprio dono teria ficado hospedado no mesmo chalé com a família na mesma semana em que o casal foi encontrado morto.
De acordo com o proprietário da pousada, a última vez que as vítimas foram vistas com vida foi ainda na sexta-feira, quando receberam um saco com lenha no quarto.
De acordo com o boletim de ocorrência, eles foram encontrados mortos pelo dono do chalé, no sábado pela manhã quando ele tentou entrar em contato, não conseguiu e entrou no quarto.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o proprietário da pousada disse que o local não tinha alvará dos Bombeiros.
COMO USAR LAREIRA CORRETAMENTE
O uso correto de uma lareira a lenha é fundamental para garantir a segurança e evitar fatalidades, como a intoxicação por monóxido de carbono, constatada como a causa da morte do casal.
Além dos cuidados essenciais no acendimento do artefato, é preciso saber se o equipamento está em condições de uso, principalmente com as manutenções em dutos de ventilação e exaustão para evitar acúmulo de gases tóxicos que são produtos da combustão no ambiente fechado.
“A manutenção e limpeza nas chaminés e dutos de exaustão é a principal forma de garantir a dispersão adequada dos produtos gerados pela combustão (fumaça), dentre eles, o monóxido de carbono”, afirma o bombeiro Alexandre José Ribeiro.
“O ideal é nunca deixar qualquer fonte de energia térmica ativa em casa sem alguém por perto. No caso das lareiras e fogão a lenha, não se deve utilizar água para apagar as chamas. O ideal é que se apaguem sozinhas”, orientou.
Se for possível, pode ser útil instalar detectores de monóxido de carbono próximos à lareira e em outros locais estratégicos da casa. Esses dispositivos emitem um alarme sonoro caso haja um acúmulo perigoso de monóxido de carbono no ambiente, mas não eliminam os riscos.
“Muitas vezes a pessoa não nota nada, não percebe que a lareira está sendo mal utilizada. Principalmente se for intoxicação por monóxido de carbono, que é uma intoxicação silenciosa. É um gás que não tem cheiro, não tem cor. Às vezes não causa nem sintomas visíveis, o máximo que vai causar é uma sonolência”, explicou o bombeiro.
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