Delação premiada do caso Marielle Franco serve de lição para a Lava Jato
Agentes que interrogaram Élcio de Queiroz tiveram o cuidado de checar se ele ia apenas confirmar informações, por isso foram atrás de evidências e provas para conseguirem fatos novos. Isso é muito diferente das delações da Lava Jato. A de Palocci, por exemplo, foi inventada. A do Leo Pinheiro, rejeitada. Moro e Dallagnol se irritaram com a delação do caso Marielle Franco, porque a PF no governo Lula conseguiu mais avanços em 5 meses do que em 4 anos de Bolsonaro
A delação premiada do caso Marielle Franco serve de lição para as delações que foram realizadas durante a Operação Lava Jato. A afirmação foi feita pelo jornalista Kennedy Alencar.
Kennedy afirmou que os policiais que foram interrogar Élcio de Queiroz tiveram o cuidado de checar se ele ia apenas confirmar informações que já obtiveram, por isso foram atrás de evidências e provas para conseguirem fatos novos.
“Isso é muito diferente de delações que foram feitas na Lava Jato. A de Antonio Palocci, por exemplo, foi inventada. A do Leo Pinheiro, rejeitada. E você tem delações muito inconsistentes. Então, a primeira coisa, a delação feita no caso da Marielle Franco, do Élcio de Queiroz, é um exemplo de como o instituto de delação premiada tem de ser aplicado”.
A PROPÓSITO: Em carta de próprio punho, Léo Pinheiro confessa que mentiu em delação que incriminou Lula
Kennedy afirmou que o ex-juiz e senador, Sergio Moro, e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol fizeram baixa política ao ironizar a delação. Isso porque foi um dia muito importante em que surgiram revelações, depois de cinco anos e meio. “A Polícia Federal do governo Lula começou a trabalhar em fevereiro, e em cinco meses eles conseguiram mais avanço do que nos cinco anos em que ficou a cargo dos governos Temer e Bolsonaro”.
“Falta honestidade intelectual. Isso vale para Dallagnol e para Moro também. As delações feitas por eles tinham inconsistências. Ninguém está discutindo, querendo passar pano para roubalheira em Petrobras, dizendo que não aconteceu”.
“Não dá para comparar uma prisão de um assassino confesso, o Élcio de Queiroz, com as prisões que Moro e Dallagnol decretaram em Curitiba, e como eles forçaram a barra para fazer delações, porque muitas delas estão ruindo agora. O problema é o método, a forma como as delações foram feitas. Essa é a diferença entre a delação checada, do caso Marielle, e as delações premiadas do caso Lava Jato”, acrescenta o jornalista.
“Eles investigaram a corrupção cometendo crimes. Eles tiveram uma oportunidade de combater a corrupção e não fizeram isso. O que fizeram foi corromper o devido processo legal”, conclui.
CONFIRA AS ÚLTIMAS NOVIDADES DO CASO MARIELLE FRANCO:
1. Tese de que Domingos Brazão mandou matar Marielle volta a ganhar força
2. Delator de Marielle rompeu pacto de silêncio e foi transferido para não morrer
3. Assassinos de Marielle foram avisados na véspera sobre ação policial