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Jornalista da BAND é exposto bajulando Bolsonaro antes de entrevista sobre Marielle

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Vaza vídeo que revela bastidores do dia em que Bolsonaro falou publicamente sobre a morte de Marielle Franco. Diálogo mostra repórter Caiã Messina antes de entrar no ar tranquilizando e acariciando o então presidente: “O senhor está entre amigos, todos aqui votamos no senhor”

O repórter Caiã Messina, da TV Bandeirantes, teve um vídeo exposto onde aparece antes de entrevistar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro de 2019, em Brasília. O vídeo foi inicialmente divulgado pelo portal DCM.

A entrevista para a Band foi gravada em Israel (Jerusalém) em um momento tenso para Jair Bolsonaro. Na ocasião, a Rede Globo tinha acabado de noticiar novidades espinhosas sobre o caso Marielle Franco que incomodaram Bolsonaro, com a exibição no Jornal Nacional do depoimento do porteiro do Vivendas da Barra — condomínio onde moravam Jair Bolsonaro e Ronnie Lessa, assassino da vereadora.

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A entrevista para a Band seria utilizada por Bolsonaro como um meio de rebater a Globo. Em trecho que não foi ao ar, o ex-presidente ouviu do repórter Caiã Messina que estava entre amigos. “Antes de começar eu quero dizer para o senhor o seguinte: o senhor está entre amigos. Eu tenho vergonha, como jornalista (do vazamento de trechos da investigação sobre a morte de Marielle na TV Globo), eu e o D* (apontando para o cinegrafista) votamos no senhor. O pessoal conhece meu trabalho”, disse o jornalista.

Caiã Messina segue bajulando o ex-presidente, falando de sua suposta elegância, arrumando sua gravata, questionando se Bolsonaro havia conseguido “descansar um pouquinho”. “Então, o senhor fica tranquilo. As perguntas que eu vou fazer é mais para que o senhor esclareça”, disse o bajulador.

“Tá certo, eu tenho uma narrativa aqui. Posso Falar da rede Globo?”, perguntou Bolsonaro. “Pode falar o que o senhor quiser. A entrevista é do senhor”, garantiu o repórter.

No vídeo, é possível ver que Bolsonaro chega para a gravação ao lado do assessor especial Mauro Cid — que hoje está preso acusado de cometer uma série de crimes.

VÍDEO:

No dia do crime, Élcio Queiroz (que fez delação premiada), comparsa de Lessa, esteve no condomínio Vivendas da Barra. Segundo o porteiro falou à Polícia Civil do Rio na época, Élcio, na hora de se identificar na portaria, disse que iria para a casa 58, de Bolsonaro. O funcionário declarou em depoimento que quem liberou a entrada teria sido o “seu Jair”.