"O senhor vai aprender, de um jeito ou de outro. Nem que o senhor venha a perder sua farda". Em audiência criminal, juiz repreendeu um policial militar por violação de domicílio e falso testemunho
Carta Capital
Em uma audiência criminal no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios em 27 de junho, o juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira repreendeu um policial militar ouvido como testemunha e autor de uma prisão com flagrante, violação de domicílio e falso testemunho. O caso foi revelado pelo site Migalhas (vídeo abaixo).
Segundo o magistrado, o oficial teria forjado uma situação para entrar em uma residência onde havia drogas. “Cabe ao senhor passar à Polícia Civil essas informações, que é a quem cabe o trabalho investigativo“, afirmou Siqueira. “O senhor sabe qual é a finalidade do trabalho militar?”.
Na sequência, o policial André Gripp responde ser um trabalho ostensivo e preventivo. O magistrado continua: “Então, o senhor faz concurso para Polícia Civil se o senhor quer ser investigador. Faça concurso para Polícia Civil. Enquanto policial militar, o senhor deve atuar como policial militar”.
A sessão, realizada por videoconferência, também contava com o advogado de defesa e uma promotora de Justiça do Distrito Federal.
O juiz ainda salientou não ser a primeira vez que advertia o PM em uma audiência e que iria comunicar o fato à Corregedoria da Polícia Militar para que ele fosse responsabilizado. “O senhor vai aprender, de um jeito ou de outro. Nem que o senhor venha a perder sua farda.”
Assista ao video:
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