"Se fosse um homem, ele não faria o que fez comigo. Ele acabou com a minha saúde, com a minha fisionomia". Nutricionista levou cabeçada e socos de homem e teve nariz quebrado em várias partes e afundamento da face. Câmeras de segurança registraram a agressão em São Caetano do Sul
Gravações de câmeras de segurança mostram o momento em que a nutricionista Estela Frohlich Bonatto, de 25 anos, é agredida por um homem desconhecido em São Caetano do Sul (SP), na madrugada de domingo (23).
O caso ocorreu após ela perder o controle do veículo que dirigia e bater na calçada, situação que teria assustado o homem e motivado as agressões. A Delegacia de Defesa da Mulher investiga o crime e analisa as imagens das câmeras de segurança para tentar identificar o homem.
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Estela Frohlich Bonatto, de Santo André, voltava dirigindo do aniversário de uma amiga quando, em um momento de distração, bateu na guia de uma calçada e dois pneus do carro furaram.
“Eu dei uma vacilada no volante e peguei a guia. Todo mundo que dirige já pegou a guia alguma vez na vida. Só que tinha um senhor andando nessa calçada com o cachorro dele. Eu realmente só peguei a guia, então não chegou nem perto dele. Ele pode ter se assustado, entendo, mas não tinha motivo para toda a revolta que ele estava sentindo e descontou em mim”, contou a vítima.
Depois dos pneus estourados, ela desceu do carro. O homem que passeava com o cachorro se aproximou e passou a agredi-la verbalmente. Estela criticou a atitude do homem e disse que foi uma violência contra a mulher, já que acredita que ele não o faria contra um homem.
“Jamais ia imaginar que esse cara viria até mim fazer alguma coisa. Eu estava olhando o pneu para ver o que tinha acontecido, porque rasgou o pneu da frente. Eu peguei o celular pra tentar ligar para minha irmã e contar o que aconteceu, porque o carro era dela. [O homem] virou a esquina e já veio me xingando. Sei que me chamou de vagabunda e me acusou de quase ter atropelado ele. Ele me xingou mais enquanto eu estava tentando falar com meus familiares para contar o que havia acontecido e nem dei atenção para ele”, disse a vítima.
“Em seguida eu me irritei com ele me xingando e perguntei o que eu havia feito para ele. E disse que ele estava inteiro, então eu não tinha feito nada”, diz a nutricionista.
Segundos depois, a vítima e o agressor se aproximam. Neste momento, o homem dá uma cabeçada e socos na mulher. “Um motorista de aplicativo parou nesse momento para tentar entender o que estava acontecendo e me ajudar. Foi aí que o homem virou as costas e foi embora. As pessoas que foram chegando estavam preocupadas em me ajudar e ninguém viu para onde ele foi”, diz a vítima.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fez o atendimento da nutricionista, e ela foi encaminhada para um hospital particular. Estela passou por uma cirurgia. Teve o nariz quebrado em várias partes e afundamento do seio da face.
“É um crime contra a mulher porque se fosse um homem no meu lugar ele não teria feito o que ele fez. No máximo teria batido boca e não teria agredido da maneira como me agrediu. Nada justifica a atitude dele. Ele acabou com a minha saúde, o médico disse que posso ter complicações respiratórias devido ao trauma no meu osso da face. Não tem justificativa, foi um crime contra a mulher”, desabafa.
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