Paciente morre após pai e filha agredirem médica no Rio: "Tudo por um pequeno corte no dedo"
Pai e filha agridem médica e paciente morre por falta de atendimento; profissional de saúde levou pontos na boca e está com diversos hematomas pelo corpo. Agressores foram presos e vão responder por homicídio doloso. Familiares da paciente que morreu desabafam: "Ela [paciente] começou a se sentir mal depois de ver a médica dela ser espancada"
Um homem e sua filha foram presos por homicídio doloso com dolo eventual após agredirem uma médica no Rio. Uma paciente em estado grave ficou sem atendimento e morreu.
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O homem chegou à Emergência do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles com um pequeno corte no dedo da mão. Ele estava acompanhado da filha e, segundo a direção do hospital, ambos estavam bastante alterados. O caso aconteceu por volta das 3h30 de domingo (16).
O homem foi orientado a aguardar ou procurar outra unidade porque pacientes com quadros mais graves seriam atendidos com prioridade. Ele reagiu dizendo estar armado. O homem invadiu a Sala Vermelha, onde a médica da unidade atendia, e deu um soco na boca da profissional. Ela precisou receber pontos de sutura.
Sem conseguir atendimento porque a médica foi agredida, uma paciente de 82 anos sofreu uma parada cardiorrespiratória às 4 horas e morreu
Já a filha do agressor depredou a sala de espera, quebrando vidros de portas, janelas e cadeiras. André Luiz do Nascimento Soares e Samara Kiffini do Nascimento Soares estão presos.
Filha da paciente desabafa
A filha da idosa de 82 anos que morreu lamentou o comportamento de pai e filha que depredaram a unidade e espancaram a médica. “Que tenha justiça. Não pode ficar impune, por causa de um corte no dedo ele leva a vida da minha mãe. Vendo isso num hospital que tem que ter segurança, ela tava lá pra ser cuidada”, disse Elaine Marques da Silva.
Segundo a família de Arlene Marques da Silva, ela começou a se sentir mal depois de ver a médica dela ser agredida pelo homem e a filha dele.
A família da idosa contou que ela foi internada no último dia 8 com princípio de infarto, mas vinha se recuperando bem. Mas, com confusão, acabou passando mal. “Ela já tava almoçando, jantando, brincando com todos os pacientes”.
“A minha mãe viu a doutora ser agredida e passou mal. foi assim que foi passado pra mim, que eles tiveram que largar os pacientes da sala vermelha porque o cara simulou que tava armado”, disse Elaine.
Médica
A médica Sandra Lúcia Bouyer Rodrigues, vítima das agressões, afirmou que era a única profissional no plantão do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, para atender mais de 60 pacientes.
Sandra utilizou as redes sociais para fazer um desabafo sobre o ocorrido. Segundo ela, a unidade de saúde não tem segurança para os funcionários.
“Nessa madrugada, fui vítima da precariedade e insegurança dos trabalhadores na Saúde. Agr3dida fisicamente por um homem que não soube ouvir ‘não’ e sua filha completamente alterados, enquanto eles e outros destruíam portas, cadeiras e am3açavam pacientes e toda a equipe. Sem nenhum segurança”, escreveu a médica.
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