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Tiago Leifert pede desculpas após comentário sobre torcedora do Palmeiras assassinada

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Casagrande rebateu os comentários do ex-global: "Tiago Leifert arranjou argumentos particulares e nojentos para justificar a morte da jovem palmeirense [...] Para ele, a morte de Gabriela talvez não passe de uma cena de BBB". Gabriella trabalhava como cuidadora de crianças autistas e síndrome de down

Tiago Leifert e Gabriella

Tiago Leifert pediu desculpas sobre uma informação que divulgou a respeito do assassinato de Gabriella Anelli, torcedora do Palmeiras. No entanto, o ex-apresentador do BBB continuou sugerindo que o fato de Gabriella fazer parte de uma torcida organizada foi o que provocou sua morte.

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Leifert se desculpou porque havia afirmado que a jovem foi morta após confronto entre palmeirenses e flamenguistas no portão A do Allianz Parque durante o jogo de sábado (8). Porém, o Boletim de Ocorrência diz que o tumulto que resultou na morte da torcedora foi próximo ao portão D, antes da partida.

“Antes que tome uma proporção maior do que merece, eu queria pedir desculpas por um erro que eu cometi hoje no “3 na área”, um erro de informação, um erro baseado nos relatos de quem estava ali, de Polícia Militar e imprensa. Mas que agora de tarde, horas depois, a gente já sabe com mais detalhes o que aconteceu. Eu havia dito que a torcedora assassinada estava no confronto do portão A. Agora, a gente sabe que não. Eu li o B.O., e ela estava próxima ao portão D. Voou uma garrafa da organizada do Flamengo em direção à torcida do Palmeiras e a atingiu no pescoço. Então, peço desculpas”, disse.

O QUE LEIFERT FALOU

Antes do pedido de desculpas, essa foi a fala de Leifert: “Ela é da Mancha Verde. Ela não estava na bilheteria ou entrando no estádio. Ela estava do lado de fora, junto com aqueles torcedores, quem já foi ao Allianz sabe como funciona. Tem gente que entra no estádio e tem uma boa parte da organizada que fica na rua para bater nas pessoas que passam. Se passar um torcedor do Corinthians, se passar uma pessoa de vermelho, eles vão perguntar por quê. Ela não merecia ter morrido, lógico que não, mas ela assumiu um risco estando ali, porque ela estava na torcida organizada. Ela é da torcida organizada”.

CASAGRANDE REBATE

O comentarista Walter Casagrande rebateu a fala de Tiago Leifert. “Enquanto os pais, os avós, irmão e amigos estão passando por um sofrimento enorme pela perda inesperada e violenta da garota de 23 anos, o Sr. Tiago Leifert consegue, de uma forma asquerosa, colocar a vítima como uma das responsáveis pela violência entre as torcidas palmeirenses e flamenguistas”, disparou Casagrande.

“Esse cidadão [Leifert] é frio e calculista, sem sentimento algum por ter a coragem de defender torcedores que matam alguém na porta ou nas dependências do estádio […] Ele não demonstrou nenhum sentimento de preocupação com os familiares da Gabriela. Nenhuma lamentação pelo ocorrido, nenhuma dor pela morte de uma jovem. Mas ele tem uma teoria própria para justificar um assassinato na porta do Allianz Parque”, continuou.

“Diferentemente do Eduardo Bolsonaro [que comparou professores a traficantes], o Tiago Leifert tem cultura, é super inteligente e sabe muito bem o que está falando. E isso me deixa ainda mais assustado. Eu lamento muito o que os professores tiveram que ouvir de uma pessoa perversa e sem a mínima noção, a qual é o Eduardo Bolsonaro. Assim como lamento e peço desculpas aos familiares da Gabriela Anelli por ter que ouvir, em meio a tanta dor, as justificativas também perversas do Tiago Leifert”, finalizou.

GABRIELA ANELLI

Gabriella trabalhava como cuidadora de crianças autistas e com síndrome de Down para juntar um dinheirinho e assistir aos jogos do Palmeiras todo mês. O corpo da jovem foi velado na manhã desta terça-feira (11) em Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo.

Durante o velório, o pai da jovem afirmou que “vai continuar a vontade dela, o legado” de continuar indo aos estádios e fazendo ações sociais.

“Vou continuar a fazer o que fazíamos juntos. Cada canto que eu pisar, ali na Palestra Itália, eu vou lembrar da minha filha. A gente chegava junto, ia embora junto, estava sempre junto. Vou continuar o que ela queria, o legado dela. Já não tenho tanta força assim, mas vou fazer o que ela continuava fazendo. Participava de ações sociais, tudo isso, vou continuar”.

“Estou desde o ocorrido sem dormir e é força divina, não tem outra explicação. A vontade de estar de pé até último minuto ao lado dela. Depois não sei como vai ser. Infelizmente, uma tragédia e não cabe a mim julgar e não é isso. Estou só aqui para honrar a memória da minha filha. Vamos aguardar a Justiça ser feita”.

O delegado do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Polícia Civil), Cesar Saad, afirmou que o torcedor do Flamengo que foi preso confessou ter arremessado a garrafa que causou a morte da palmeirense. Leonardo Felipe Xavier Santiago responderá por homicídio doloso.

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