Tiago Leifert reclama após polêmica sobre torcedora morta: "Me senti sozinho"
Muito criticado por seu posicionamento sobre o assassinato da torcedora do Palmeiras, Tiago Leifert se pronuncia novamente: "Eu nunca me senti tão sozinho". Apresentador afirma que não teve a intenção de culpar a vítima, mas voltou a destacar que Gabriela assumiu o risco por "fazer parte de uma torcida organizada"
Tiago Leifert se pronunciou mais uma vez sobre a morte de Gabriella Anelli, torcedora do Palmeiras atingida por uma garrafa de vidro no último sábado antes da partida com o Flamengo, no Allianz Parque.
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Em entrevista ao Estadão, Leifert negou que tenha culpado a vítima pela tragédia, mas ressaltou que a torcedora fazia parte de uma torcida organizada. “Eu disse na live, e mantenho, que o fato da Gabriela ser de uma organizada e estar próxima ao conflito, isso é relevante. A gente não pode ignorar o fato de que ela é a oitava morte de torcedor organizado em 2023. Morre um por mês. Não disse que ela teve culpa, mas mantenho o que disse”, afirmou o ex-global.
Leifert ainda falou sobre as críticas que recebeu nas redes sociais após sua declaração e se defendeu. “Eu me senti sozinho essa semana. Eu nunca me senti tão sozinho das polêmicas que arrumam para mim, eu não acordo e saio atacando pessoas, chamando alguém de covarde. Mas eu me senti muito sozinho essa semana porque a minha constatação foi óbvia. Eu falei, pessoal, a água é molhada. Ela [a vítima] estava num confronto. A gente precisa conversar sobre isso. Eu me senti sozinho. Eu não sou maluco. Porque eu tenho certeza de que dentro da organizada tem muito mais gente do bem, muito mais. Que pode ter um nível maior de paixão do que o meu, pode ser um pouco mais sanguíneo com o futebol do que eu. Eu só estou dizendo que quem é de organizada, está mais sob risco do que eu e vocês que não somos”.
Na entrevista, o jornalista ainda negou que tenha espalhado desinformação e induzido o público ao erro. Inicialmente, Tiago espalhou para seus seguidores que a jovem foi morta após confronto entre palmeirenses e flamenguistas no portão A do Allianz Parque. Porém, o Boletim de Ocorrência diz que o tumulto que resultou na morte da torcedora foi próximo ao portão D, antes da partida.
“Não espalhei informação em momento nenhum. Espalhar desinformação é você, deliberadamente, criar uma notícia para induzir o público ao erro. Eu não estou induzindo o público ao erro. A Gabriella morreu num momento de confronto entre torcedores uniformizados e ela estava perto do confronto. Foi exatamente o que falei, eu só errei o portão. Isso é um erro factual. Um erro benigno”, disse.
REPERCUSSÃO
Antes do pedido de desculpas, essa foi a fala de Leifert: “Ela é da Mancha Verde. Ela não estava na bilheteria ou entrando no estádio. Ela estava do lado de fora, junto com aqueles torcedores, quem já foi ao Allianz sabe como funciona. Tem gente que entra no estádio e tem uma boa parte da organizada que fica na rua para bater nas pessoas que passam. Se passar um torcedor do Corinthians, se passar uma pessoa de vermelho, eles vão perguntar por quê. Ela não merecia ter morrido, lógico que não, mas ela assumiu um risco estando ali, porque ela estava na torcida organizada. Ela é da torcida organizada”.
O comentarista Walter Casagrande rebateu a fala de Tiago Leifert. “Enquanto os pais, os avós, irmão e amigos estão passando por um sofrimento enorme pela perda inesperada e violenta da garota de 23 anos, o Sr. Tiago Leifert consegue, de uma forma asquerosa, colocar a vítima como uma das responsáveis pela violência entre as torcidas palmeirenses e flamenguistas”, disparou Casagrande.
“Esse cidadão [Leifert] é frio e calculista, sem sentimento algum por ter a coragem de defender torcedores que matam alguém na porta ou nas dependências do estádio […] Ele não demonstrou nenhum sentimento de preocupação com os familiares da Gabriela. Nenhuma lamentação pelo ocorrido, nenhuma dor pela morte de uma jovem. Mas ele tem uma teoria própria para justificar um assassinato na porta do Allianz Parque”, continuou.
“Diferentemente do Eduardo Bolsonaro [que comparou professores a traficantes], o Tiago Leifert tem cultura, é super inteligente e sabe muito bem o que está falando. E isso me deixa ainda mais assustado. Eu lamento muito o que os professores tiveram que ouvir de uma pessoa perversa e sem a mínima noção, a qual é o Eduardo Bolsonaro. Assim como lamento e peço desculpas aos familiares da Gabriela Anelli por ter que ouvir, em meio a tanta dor, as justificativas também perversas do Tiago Leifert”, finalizou.
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