Em áudio enviado para a mãe momentos antes de ser morta, Ariane Bárbara relata, bastante alegre, ter sido convidada pelos amigos para comer um lanche. Mãe da vítima se diz indignada com as penas dos condenados: “É muito pouco. Muito pouco mesmo. Estão todos lá abraçando suas mães, e eu tô abraçando quem agora? Daqui poucos anos estão todos na rua”
A jovem Ariane Bárbara, de 18 anos, foi vítima de um plano dos próprios amigos para assassiná-la em agosto de 2021, em Goiânia (GO). Na época, o Pragmatismo publicou uma reportagem detalhada a respeito do crime.
Durante as investigações, vieram à tona as mensagens trocadas entre Ariane e a mãe, momentos antes de ser morte. Em um áudio, ela relata, bastante alegre, ter sido convidada pelos amigos para comer um lanche.
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“As meninas me chamaram para comer lá no Jaó. Vão pagar a ‘broca’ hoje, aí eu estou indo. Elas vão me buscar de carro, mãe. Aí eu vou, né?! Vai pagar comida, vai me buscar de carro e me deixar em casa, sou besta!?”, disse uma sorridente Ariane.
Segundo as investigações, o assassinato foi arquitetado para testar se uma das envolvidas seria “psicopata”. Nesta terça-feira (29/8), dois dos acusados foram condenados pelo crime.
Raissa Nunes foi condenada a 15 anos de prisão e Jeferson Cavalcante a 14, pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A mãe de Ariane ficou indignada com as penas.
“É muito pouco. Muito pouco mesmo. Estão todos lá abraçando suas mães, e eu tô abraçando quem agora? Daqui poucos anos estão todos na rua”, lamentou Eliane.
Eliane disse que os argumentos usados pela defesa dos réus foram incompatíveis com o crime. “Foram péssimos os argumentos. Todo mundo ficou louco? Ninguém era fraco pra digerir um carro. A mãe do Jeferson ficou sete dias com o carro furado com o sangue da minha filha”, desabafou.
Emocionada, Eliane disse que não acredita em um aumento de pena, mesmo com possíveis recursos. “Eu tô horrorizada com isso aqui. Agora eles são santos. Não vai voltar a vida da minha filha, eu esperava que fosse maior a pena. Eu não vou mudar de cidade, qualquer dia vou encontrar com eles na rua, quem perdeu foi só eu”, finalizou.
Além dos dois condenados nesta terça-feira, a ré Freya Jacomini foi condenada em março deste ano a 15 anos de prisão também por homicídio e ocultação de cadáver.
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