Quem acordar depois das 8h essa semana correrá o risco de ler notícia velha. A partir das 6h29min de quarta-feira, o chefe do contrabando de joias, o líder da tentativa de golpe, o homem que quebrou o Brasil para financiar sua campanha de reeleição, a figura que sabotou a vacinação e comandou a matança na pandemia, esse sujeito pode ser preso
O dia irá amanhecer às 6h29min em Brasília nessa quarta-feira, mesmo que existam versões de que o alvorecer na cidade acontece nessa época às 6h31min. Não importa. São apenas dois minutos de diferença.
É preciso anotar o horário porque a partir desse momento, depois das seis horas e vinte e nove minutos, o Brasil pode viver um momento histórico e esfuziante.
Por que poderá ser na quarta-feira? Porque não foi na segunda e nem na terça, como muitos esperavam. E pode até ser na quarta.
A qualquer momento, a partir do alvorecer e antes do anoitecer, como manda a lei, Jair Bolsonaro corre o risco de ser preso, como qualquer pessoa que tenha contra si uma ordem de prisão da Justiça.
Mesmo que não seja uma pessoa comum, que tenha cometido crimes graves nos quatro anos em que esteve no poder, apesar da impunidade, apesar da imposição política e econômica da extrema direita, apesar disso tudo, Bolsonaro pode finalmente ser preso. Deve ser.
Chegou a hora da sua prisão. E uma ação do sistema de Justiça, com essa grandeza e esse significado, tem sim que se submeter ao tempo certo, mesmo que subjetivo e aparentemente inexato.
O tempo certo para colocar Bolsonaro na cadeia é agora ou talvez não venha a ser nunca mais. Como já aconteceu com cúmplices do fascismo que estão soltos, alguns nem indiciados estão.
A partir das 6h29min dessa quarta-feira, o chefe dos muambeiros de joias, o líder da tentativa de golpe, o genocida que sabotava a vacinação e comandava a matança na pandemia, esse sujeito pode ser preso.
É o fato mais esperado dos últimos meses. Quem acordar depois das 8h essa semana correrá o risco de ler notícia velha.
Acorde nos próximos dias um minuto antes das 6h30min. Não perca a chance de comemorar, no momento exato do fato, a transformação em presidiário do maior fascista brasileiro, a maior aberração moral que o país já teve.
Programe o despertador e acredite que o som incômodo das manhãs pode ser ressignificado pelo aviso de que Bolsonaro está a caminho da cadeia.
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Não se frustrem os que esperavam que a prisão acontecesse na segunda-feira. Pode ser a qualquer momento, desde que seja logo.
Programe o despertar todos os dias: seis horas e vinte e nove minutos. E vá dormir com uma certeza: não há como Bolsonaro escapar da prisão.
Acordar cedo fará bem à saúde como nunca fez antes. Se decidir comemorar, só não beba em jejum.
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*Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim).