Carlos Bolsonaro, Michelle e Jair se contradizem sobre escândalo das joias
Versões conflitantes sobre joias externadas por Carlos, Michelle e Jair Bolsonaro causam atrito entre os defensores dos investigados. Advogado da ex-primeira-dama anuncia que está fora do caso
Carlos Bolsonaro usou as redes sociais na última semana para comentar o escândalo das joias que teriam sido surrupiadas por seu pai e a sua madrasta.
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O filho do ex-presidente usou um vídeo de um comentarista da Jovem Pan para dizer que as joias “são de Bolsonaro” e que ele poderia “até mesmo vendê-las ou deixar de herança”. O vereador sugeriu que os internautas espalhassem essa tese: “Esfreguem esse vídeo na cara das pessoas”, afirmou.
Ao afirmar que as joias são do pai ‘por direito’, Carlos acabou expondo os advogados de Michelle e de Jair, que trabalhavam no sentido de demonstrar que seus clientes não se apossaram das joias e tampouco tinham interesse por elas.
Nesta terça-feira (22), o advogado de Michelle Bolsonaro deixou o caso. Daniel Bialski alegou “motivos de foro íntimo”, embora nos círculos do poder em Brasília o que se fala é que a saída do caso se deve a divergências com os advogados de Jair Bolsonaro.
Os defensores do ex-presidente e de Michelle não entraram em consenso sobre qual estratégia adotar no escândalo das joias. A defesa do ex-presidente tem defendido que a defesa dos dois seja unificada. A da primeira dama era contra.
A ideia da defesa de Michelle era repetir a estratégia usada no caso dos cheques que somavam R$ 89 mil depositados na conta de Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente.
Na época, Bolsonaro praticamente isentou Michelle de qualquer responsabilidade, ao justificar as transferências dizendo que havia emprestado o dinheiro a Queiroz e que os depósitos para Michelle correspondiam à devolução do montante.
Os advogados contrários a unificação avaliam que não há outra saída para proteger Michelle a não ser Bolsonaro assumir que foi ele quem deu a ordem para a venda das joias recebidas de presente — assim como assumiu no caso dos cheques. Qualquer outro caminho, entendem, seria um “tiro no pé” no campo judicial e político.
Diferente de Bolsonaro, Michelle está elegível e pode sofrer prejuízo político eleitoral caso seja condenada no caso das joias, por exemplo. Por isso, auxiliares defendem que ela se descole da defesa de Bolsonaro, embora o grupo mais próximo da defesa do ex-presidente deseje unificar a defesa.
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